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XP revisa estimativas para Petrobras e estabelece preço-alvo de R$ 37 por ação

27 de outubro de 2025

Por Vinícius Novais*

São Paulo, 27/10/2025 – A XP revisou seu modelo para a Petrobras após incorporar dados operacionais mais recentes e adotar um preço de Brent mais baixo, de US$ 65 por barril a partir do quarto trimestre de 2025, em vez dos US$ 70 anteriormente considerados. Mesmo com a mudança, os analistas Regis Cardoso e João Rodrigues mantêm a recomendação de compra, sustentada por rendimentos de dividendos considerados atraentes de cerca de 11% em 2026 e 2027. O novo preço-alvo para o fim de 2026 passou a ser de R$ 37 por ação, o que representa potencial de alta de 24% sobre as cotações atuais.

No relatório, a XP relata que em outubro o preço do petróleo passou por volatilidade: o Brent começou o mês em torno de US$ 65, recuou para US$ 59 e voltou ao patamar inicial. Os analistas dizem ter ficado surpresos com o aumento da produção norte-americana e dividem as preocupações sobre os possíveis efeitos macroeconômicos de uma escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Por outro lado, veem menos risco do que o consenso em relação às reduções de cotas da Opep+ e projetam que o Brent permaneça entre US$ 65 e US$ 70, embora reconheçam tendência de baixa no curto prazo – o que motivou o corte de US$ 5 na premissa usada no modelo.

Segundo a XP, uma queda de US$ 5 no preço do barril do Brent representa US$ 2,5 bilhões, ou 3,4% ao ano, a menos do fluxo de caixa livre da Petrobras. Os analistas afirmam que a capacidade da companhia de se adaptar a preços menores será um ponto central do próximo plano de negócios, previsto para o fim de novembro, quando esperam ver medidas de austeridade em investimentos (capex) e despesas operacionais (opex) e foco no preço de equilíbrio do Brent. Entre os riscos que podem impactar o novo preço-alvo estão a cotação do petróleo cair abaixo de US$ 65, inflação de capex e opex e questões operacionais como o declínio natural dos campos.

A XP também aponta que a produção da Petrobras atingiu 2,52 milhões de barris por dia, alta de 186 mil barris por dia, equivalente a 8%, em relação ao segundo trimestre, em linha com o que a casa projetava. O avanço foi impulsionado pela entrada de novos FPSOs; um deles, o Almirante Duque de Caxias, em Búzios, chegou a produzir 200 mil barris por dia em setembro, 20 mil acima da capacidade nominal. Nas vendas, houve surpresa positiva de 2,8% frente à estimativa da XP, graças ao aumento de 124 mil barris diários nas exportações de óleo cru e à redução de 50 mil barris diários nas importações de GLP. A casa também registra queda aparente de 0,1 milhão de barris por dia nos estoques, fator que pode favorecer os resultados do trimestre.

Com produção e vendas em linha com as expectativas, a XP fez ajustes pontuais nas projeções para o período. Agora prevê Ebitda de US$ 11,4 bilhões, avanço de 11,7% sobre o trimestre anterior, e lucro líquido de US$ 4,4 bilhões, queda de 7,2% na mesma comparação. O fluxo de caixa livre deve ficar em US$ 2,6 bilhões, enquanto os dividendos projetados somam US$ 2,2 bilhões, com rendimento próximo de 3%. Utilizando seu modelo diferencial, os analistas obtiveram intervalo de dois desvios-padrão para o Ebitda entre US$ 10,8 bilhões e US$ 11,9 bilhões. O modelo completo aponta faixa de US$ 9,9 bilhões a US$ 12,5 bilhões, média de US$ 11,3 bilhões e coeficiente de variação de cerca de 4,9%.

Contato: vinicius.novais@estadao.com

*Conteúdo elaborado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast

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