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Cerca de 30 mil ouvintes foram à convenção da Berkshire Hathaway ouvir sobre tarifas. Foram surpreendidos com o anúncio da aposentaria de Warren Buffett
5 de maio de 2025
Por Aline Bronzati, correspondente
Enquanto investidores globais queriam ouvir Warren Buffett sobre a guerra comercial desencadeada pelas tarifas recíprocas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o grande destaque da reunião anual da Berkshire Hathaway foi a passagem de bastão do oráculo de Omaha, como ficou conhecido. Ao discursar a uma plateia de cerca de 30 mil ouvintes neste sábado, 3, ele surpreendeu a todos ao anunciar, aos 94 anos, que o vice-presidente Greg Abel irá sucedê-lo como CEO da companhia a partir de 2026.
Apesar de o momento ter chocado os investidores, o discreto executivo canadense já era tido como um dos principais candidatos a suceder Buffett. “Substituí-lo é como substituir o Pelé. Não tem como. O desafio dele será manter o legado de Buffett, investindo em negócios geradores de caixa e resilientes”, diz o estrategista-chefe da corretora americana Avenue, William Castro Alves, em entrevista ao Broadcast, ao deixar a reunião, em Omaha, no estado do Nebraska, nos Estados Unidos.
Energia em alta
Na sua visão, um passo muito representativo será o próximo investimento da Berkshire, que mantém investimentos em empresas como Apple, Coca-cola, além da sua histórica relação com o mercado de seguros. A Berkshire mantém um caixa de cerca de US$ 330 bilhões em Treasuries, títulos do tesouro americano, considerados os investimentos mais seguros do mundo, e Buffett foi questionado pelos investidores durante a reunião anual. Alves diz que o oráculo de Omaha deu uma dica ao destacar o segmento de transmissão de energia e o setor como um todo como “relevante e necessário” para os Estados Unidos. Abel é atualmente o executivo responsável pela área e vem supervisionando diversos negócios da empresa nos últimos anos. Talvez o próximo investimento da Berkshire deva ser por aí?, sugere o estrategista-chefe da Avenue.
Mas, apesar de Abel ser o sucessor natural de Buffett, o anúncio de sua “aposentadoria” chocou investidores, segundo relatos da imprensa americana. O momento é histórico. Em seu quarto ano na reunião anual da Berkshire, em Omaha, no estado de Nebraska, Alves conta que nunca viu a plateia tão cheia de investidores ávidos por ouvir Buffett.
Apesar das horas ouvindo o oráculo, eles deixaram o local com muitas dúvidas sobre os próximos passos da Berkshire, e também se essa pode ter sido a última oportunidade de vê-lo no palco. “Será que vai ser uma das vozes na próxima reunião ou estará lá embaixo com os demais”?, questiona o estrategista-chefe da Avenue.
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