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Para especialistas, maior busca por esses papéis pode reduzir potência da política monetária
24 de outubro de 2025
Por Caroline Aragaki
O crescimento contínuo do volume de crédito via mercado de capitais, que já supera o oferecido pelas instituições bancárias e do sistema financeiro nacional, acende alerta sobre possível perda de potência da política monetária, segundo especialistas ouvidos pela Broadcast.
O custo de captação das empresas tende a seguir os movimentos da taxa básica Selic. Contudo, mudanças regulatórias para títulos incentivados fizeram a demanda por esses papéis aumentar, distorcendo o prêmio de risco das emissões, afirma o economista-chefe da ARX Investimentos, Gabriel Leal de Barros.
“Empresas que deveriam pagar Selic mais dez pontos em risco de crédito estão pagando Selic mais dois pontos agora. As empresas conseguem ir ao mercado pagando um prêmio menor do que deveriam, conseguindo um caminho para captar a juros baixos mesmo com Selic alta”, acrescenta Barros, ex-diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado.
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, disse que o crédito ampliado ao setor não financeiro somou R$ 19,7 trilhões em agosto, ou seja, 159% do PIB brasileiro, recorde da série histórica do BC.
“A estrutura do mercado privado de crédito passou por uma alteração expressiva, com possível alteração de como a política monetária impacta a tomada de crédito. Antes a estrutura de crédito do mercado privado era mais dada por bancos, mas agora tem um mercado de capitais mais desenvolvido”, afirma o economista-chefe do Daycoval, Rafael Cardoso.
A Moody´s Local, em relatório, aponta que as empresas têm buscado alternativas às fontes tradicionais de crédito, impulsionando a adoção de instrumentos como o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), o Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), a Letra de Crédito Imobiliário (LCI), a Letra Imobiliária Garantida (LIG) e debêntures. Isso amplia o acesso ao capital, diversifica a base de investidores e reduz a dependência de bancos locais.
“O efeito desse juro alto na concessão de crédito ficou menor por conta da explosão desses mecanismos incentivados. Por isso deve ser uma preocupação para o BC”, afirma Barros, da ARX.
A expansão do crédito não impede o Banco Central de trazer a inflação de volta à meta, frisa o economista-chefe da Azimut Brasil Management, Gino Olivares. “Mas é uma das explicações do porquê o BC teve que subir mais os juros. Ou seja, se tem um setor relevante de crédito que não reage à política monetária da mesma maneira, é preciso apertar mais o resto. É similar ao que ocorre com créditos via BNDES”, afirma.
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