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Ao menos 12 fizeram investimentos em papéis que ajudaram a financiar o avanço do banco após aperto na regulação pelo Banco Central
19 de novembro de 2025
Por Gabriel Baldocchi, da Broadcast, e Alvaro Gribel, do Estadão
Enquanto mais de um milhão de investidores que aplicaram em títulos do Banco Master serão ressarcidos por recursos do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), os aportes feitos por entidades de previdência de Estados e municípios estão expostos à liquidação do banco e correm risco de perdas. Como mostrou a Broadcast/Estadão, ao menos 12 fundos de pensão de servidores públicos fizeram investimentos que somam quase R$ 2 bilhões em papéis do banco.
As aplicações se deram em letras financeira do Master, títulos que ajudaram a financiar o avanço do banco depois que o Banco Central apertou a regulação para as captações voltadas a investidores pessoa física, por meio dos Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), até então a principal fonte de financiamento do grupo.
Tradicionalmente voltada para investidores profissionais, as letras financeiras não têm cobertura do FGC. O Master emitiu um total de quase R$ 3 bilhões do papel. Desse total, a reportagem identificou R$ 1,81 bilhão aplicados por fundos de pensão de Estados e municípios no Master, com recursos que são voltados para a aposentadoria futura de servidores públicos.
A liquidação do Banco Master foi anunciada ontem pelo Banco Central, após o anúncio, na segunda-feira, 17, de uma nova tentativa de venda da instituição. Após a publicação do decreto de liquidação, o FGC informou que 1,6 milhão de investidores detêm títulos que estão sujeitos à cobertura do seguro.
Já os investidores que estão fora dessa garantia, como os fundos de pensão, só conseguirão saber quanto será possível resgatar das aplicações no processo de liquidação dos ativos, que costuma se arrastar por anos.
A maior exposição às letras do Banco Master está concentrada na entidade de previdência dos servidores do Estado do Rio de Janeiro. O Rioprevidência aplicou cerca de R$ 1 bilhão nos papéis. Em seguida, está o fundo de pensão do Estado do Amapá (Amprev), com R$ 400 milhões.
O Amprev tem entre os seus conselheiros o advogado Alberto Alcolumbre, irmão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e aplicou, neste ano, também R$ 250 milhões em letras financeiras do BRB, numa operação irregular, já que a compra de títulos de bancos públicos é proibida a entidades de previdência de servidores.
O fundo de pensão Maceió Previdência, dos funcionários públicos da prefeitura da capital de Alagoas, também comprou R$ 100 milhões de letras financeiras do Master.
A maior parte dessas operações feitas em títulos do Master é alvo de apurações e auditorias por tribunais de contas em todo País. No Rio de Janeiro, o Tribunal de Contas do Estado, proibiu, em outubro, a entidade de fazer novos aportes em produtos ligados ao Master depois de identificar que o instituto continuou a fazer operações com o banco, apesar de recomendação contrária.

Nesta terça-feira, o Rioprevidência informou que está tentando reverter suas aplicações em letras financeiras por precatórios federais.
“O Rioprevidência ressalta ainda que o pagamento de aposentadorias e pensões está garantido, não havendo qualquer risco para os segurados do Estado do Rio de Janeiro. Cabe destacar ainda que o valor investido junto à instituição é inferior ao da folha mensal paga pela autarquia aos aposentados e pensionistas, hoje em R$ 1,9 bilhão, custeada em grande parte pela receita de royalties e participações especiais”, acrescentou o fundo de previdência, em nota.
Outros investimentos
Além dos fundos de pensão, outras instituições também aplicaram recursos milionários em títulos do banco. O Banco da Amazônica comprou R$ 40 milhões em letras financeiras do grupo.
Como mostrou a Broadcast, a Cedae, estatal de água do Rio, aplicou R$ 200 milhões do caixa da companhia em CDBs do banco. A Oncoclínicas também ficou com mais de R$ 1 bilhão em papéis do Master, saldo reduzido para R$ 433 milhões, conforme informou a companhia nesta terça-feira.
Procuradas, as instituições não responderam até a publicação desse texto.
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