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*Por Caroline Aragaki, Daniel Tozzi Mendes, Denise Abarca e Luís Eduardo Leal O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central preferiu não dar uma orientação para as próximas reuniões, mas, nas entrelinhas, a avaliação é a de que a autarquia novamente adotou um tom mais duro nas palavras do […]
31 de julho de 2025
*Por Caroline Aragaki, Daniel Tozzi Mendes, Denise Abarca e Luís Eduardo Leal
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central preferiu não dar uma orientação para as próximas reuniões, mas, nas entrelinhas, a avaliação é a de que a autarquia novamente adotou um tom mais duro nas palavras do comunicado para afastar a ideia de um corte na taxa Selic no curto prazo. Algumas instituições citam, inclusive, que o documento não trouxe nenhum elemento mais leve, dovish no jargão do mercado financeiro.
O consenso do mercado financeiro já esperava manutenção da Selic em 15% ao ano em julho e a expectativa era entender como a política tarifária dos Estados Unidos apareceria no balanço de riscos da autarquia. No fim, não houve alteração na quantidade de riscos para a inflação, com três para alta e três para baixa – mas o Citi crava que o instrumento “está inclinado a um corte da Selic ainda mais tardio”.
A tarifa adicional de 40% a produtos exportados do Brasil aos Estados Unidos, totalizando 50%, foi confirmada nesta quarta-feira a partir de um decreto assinado pelo presidente Donald Trump, ainda que postergada para entrar em vigor a partir de 6 de agosto (ante 1º de agosto) e com exclusão de 694 itens. A questão, inclusive, foi mencionada nominalmente pelo comitê. Na avaliação do economista-chefe da Arx Investimentos, Gabriel Barros, o Copom menciona o exterior – descrito como “mais adverso e incerto” – para reforçar a necessidade de “particular cautela”.
A ausência de mudança no balanço de riscos, segundo Barros, ocorre na esteira de que o comitê não deseja criar mais volatilidade por parte do mercado financeiro. “Então mudaram o comunicado de forma mínima, não querem entregar incerteza sobre o que acabaram de colocar na decisão anterior”, afirma, em referência ao trecho de manter a Selic em patamar contracionista por período “bastante prolongado”.
Para o superintendente de pesquisa econômica do Itaú Unibanco, Fernando Gonçalves, o ponto mais importante do comunicado é o segundo parágrafo do documento, em que a autoridade escreveu que há moderação no crescimento da economia, mas que isso acontece conforme esperado, e que o mercado de trabalho continua apresentando dinamismo. “Na nossa leitura, isso indica que ele está tentando enfatizar que não vê no horizonte nenhuma necessidade de mudar o nível de juros. Os juros devem continuar no 15% por algumas reuniões”, afirma.
Na mesma linha, o economista-chefe para Brasil do Barclays considera que “foco principal do Copom neste momento é desencorajar os investidores de precificar cortes de taxas antes da convergência adequada da inflação em direção à meta”.
A economista-chefe do PicPay, Ariane Benedito, também diz que o comitê traz como alerta que, “a pausa atual nos juros não deve ser interpretada como sinal de alívio, mas como parte de uma estratégia rigorosa de controle inflacionário em um contexto de grande incerteza e riscos crescentes”.
A cautela no comunicado do Copom faz o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, inclusive mencionar que “neste momento, novembro ainda está no jogo, poderia ter uma ação de alta, mas se o quadro melhorar em setembro o BC poderia já sinalizar o encerramento”.
O comunicado desta quarta-feira não abordou a recente queda nas expectativas de inflação no boletim Focus ou nas taxas de inflação implícita, o que também foi visto como elementos de cautela. Além disso, as projeções do colegiado para o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se mantiveram inalteradas para o final de 2025 e 2026 e no primeiro trimestre de 2027, em 4,9%, 3,6% e 3,4%, respectivamente.
Para Secemski, do Barclays, a melhora nas expectativas de inflação é até agora insignificante e a maior parte da recente melhora na inflação corrente reflete a apreciação do câmbio.
A projeção de inflação do Copom para o horizonte relevante, que passou a ser o primeiro trimestre de 2027, é de alta de 3,4%.
*Com colaboração de Francisco Carlos de Assis e Arícia Martins
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