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Percepção de profissionais é a de que a transição climática começou a ser encarada como agenda de negócios
24 de novembro de 2025
Por Cristina Canas, com colaboração de Renan Monteiro, enviados especiais a Belém
A considerar pelos números de três dos principais bancos privados, o setor financeiro brasileiro vem num processo de aceleração na agenda de sustentabilidade. As instituições estão atingindo e superando suas metas de financiamento verde e social antes dos prazos determinados e, diante disso, têm optado por subir a régua.
A percepção dos profissionais que trabalham com essa agenda é a de que a transição climática deixou de ser vista apenas como uma gestão de risco e começou a ser encarada como uma agenda de negócios. E isso está impulsionando o desenvolvimento de produtos e parcerias, sendo um dos fatores que levou o mercado financeiro a participar ativamente da COP30.
O Bradesco, segundo a superintendente de Sustentabilidade, Fabiana Costa, acabou de bater a meta de R$ 350 bilhões para negócios sustentáveis firmada em 2021. “O objetivo era alcançar esse montante em dezembro deste ano, mas batemos agora, antecipadamente”, conta.
No Itaú BBA, o compromisso é de atingir R$ 1 trilhão em financiamento para transição climática até 2030. De acordo com o diretor de Corporate Finance e Meios de Pagamento da instituição, Davi Faleiros, a carteira já alcançou R$ 522 bilhões. Ele conta ainda que a meta era menor, de R$ 400 bilhões para dezembro próximo, mas foi impulsionada pela grande demanda dos clientes. “Para o banco, financiar a transição é ‘negócio da veia’, e não financiá-la representa um risco muito grande”, afirma.
O Santander tem uma meta comparável às duas outras instituições em termos globais, de 100 bilhões de euros, em 2025, que já foi atingida. Para Brasil, no entanto, o objetivo era menor, de R$ 30 bilhões, segundo a head de Finanças Sustentáveis, Esther Unzueta. Como alcançou antecipadamente a meta global, o Santander definiu um novo alvo, de 230 bilhões de euros para 2030. Para Unzueta, a concessão de incentivos de preço é crucial para o cliente se engajar na agenda de transição. “O principal incentivo para o cliente aceitar metas ambientais numa operação é a redução de taxa que ocorre se as metas forem atingidas”, afirma.
Um dos consensos entre as instituições é a importância do papel catalisador do governo. O Itaú, o Santander e o Bradesco, por exemplo, participaram dos leilões do Ecoinveste, um programa governamental que combina capital público e privado (blended financing) para fomentar projetos. Os bancos também atuam como repassadores de funding diferenciado oferecido pelo governo, como o Fundo Clima. “Esta aliança é extremamente relevante para que a gente fomente cada vez mais a agenda da sustentabilidade e para que ela olhe a economia real”, diz Fabiana Costa.
As instituições ressaltam também a necessidade de levar o conhecimento sobre sustentabilidade e transição para boa parte dos clientes. Nesse sentido, todas relatam ações que vão desde difusão de informações a consultoria e orientação sobre, por exemplo, mensuração de emissões. Apesar da transição econômica fazer parte das estratégias das instituições, os especialistas relatam desafios principalmente em relação à escalabilidade e aos custos de monitoramento das operações.
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