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Após discursos na ONU, Lula e Trump marcam encontro

Segundo Palácio do Planalto, a sinalização é a de que a conversa entre os líderes ocorra na semana que vem

23 de setembro de 2025

Por Aline Bronzati, correspondente em NY, Isabella Pugliese Vellani e Paula Dias, de São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concordaram em conversar no contexto da maior crise diplomática que os dois países enfrentam. O acerto ocorreu durante rápido encontro, após o mandatário brasileiro discursar na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). A reunião entre os dois presidente foi confirmada pelo Palácio do Planalto. Segundo a assessoria, Lula e Trump tiveram um encontro rápido e totalmente amistoso. “Houve sinalização de conversa entre os dois presidentes na semana que vem’.

O presidente Trump assistiu a todo o discurso de Lula em uma pequena sala, segundo uma fonte próxima ao governo. O cumprimento entre ambos foi mútuo, mas o republicano teria tido a iniciativa de cumprimentar o petista, afirma.

Trump disse a Lula que eles precisavam conversar e sugeriu um encontro na semana que vem. Lula concordou e respondeu que estava aberto. A partir de agora, ambos os lados devem estruturar a conversa. Uma fonte não soube dizer se será presencial ou por telefone.

Trump comunicou o encontro com Lula durante o seu discurso e disse que teve excelente química com o brasileiro. Ele afirmou ainda que o petista parece ser um homem muito legal. Lula, que abriu os discursos de chefes de Estado da ONU, criticou o tarifaço dos EUA, defendeu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e disse que a democracia e soberania são inegociáveis. Sua fala foi recebida por aplausos da plateia presente na sala da Assembleia Geral da ONU.

Durante o encontro, que durou 39 segundos, conforme mencionou Trump em seu discurso, os dois líderes não mencionaram questões como o tarifaço e a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Trump falou em inglês e Lula respondeu em português, conforme um porta-voz do governo brasileiro.

No exterior

A imprensa internacional repercutiu o discurso de Trump. O jornal espanhol El País destaca na capa do site o encontro mencionado pelo líder dos EUA com Lula. “Trump anunciou durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU que se reunirá com seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na próxima semana, sem dar mais detalhes”, escreve o jornal, que menciona que o primeiro encontro entre os líderes dos dois países acontecerá apenas depois de oito meses de Trump no comando da Casa Branca.

O jornal italiano Corriere della Sera e o francês Le Figaro realçam as falas do republicano em relação ao Hamas e ao Estado da Palestina, enquanto o britânico The Guardian ressalta o ataque de Trump aos líderes europeus e à própria ONU em “discurso inflamado”.

O americano The New York Times avalia que o discurso do presidente dos EUA foi repleto de queixas e falsas alegações. “Trump usou seu discurso para fazer afirmações duvidosas sobre imigração e energia verde e para dar sermões aos representantes reunidos na sala”, escreve.

Reação positiva

O Índice Bovespa renovou recorde histórico intradia por volta das 14h30, atingindo máxima 147.178 pontos (1,43%). O apetite por risco segue sendo justificado pela expectativa do encontro entre Lula e Trump. A percepção é que o tom amistoso de Trump nas referências que fez a Lula pode indicar o início de uma negociação pelo fim de sanções políticas e econômicas ao Brasil. O dólar ampliou queda ante o real, respondendo também ao enfraquecimento da divisa americana ante moedas de países emergentes e exportadores de commodities.

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