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Aportes em crédito privado se igualam ao de ações

É a primeira vez que isso ocorre, segundo estudo da B3, obtido com exclusividade pela Broadcast

4 de agosto de 2025

Por Ana Paula Machado

O avanço dos bancos digitais no País tem levado os brasileiros a aplicar recursos em alternativas além da caderneta de poupança. Segundo levantamento da B3, obtido com exclusividade pela Broadcast, no segundo trimestre 9,9 milhões de pessoas destinaram dinheiro ao mercado de capitais, alta de 22% em relação a 2022. Entre as modalidades disponíveis, o diretor de Pessoa Física da B3, Felipe Paiva, destacou que, pela primeira vez, as participações de crédito privado – como CDB, RDB e letras de crédito – e de ações foram iguais, 31%.

“As pessoas estão entendendo as opções de investimento. Em 2022, cinco milhões de brasileiros tinham posição em Bolsa. O equity representava 42% e a renda fixa 22%. Com a virada dos juros, que hoje está em 15% ao ano, ocorreu essa escalada”, disse Paiva à Broadcast.

Segundo a B3, resultado do aumento da oferta de contas remuneradas e de aplicação automática, o número de brasileiros com posição em CDB e RDB se aproxima de 9,9 milhões de pessoas.

Paiva ressaltou que a expansão dos CDBs e RDBs ocorreu graças à nova experiência do cliente proporcionada pelos bancos digitais, que incorporaram funcionalidades em seus aplicativos para que os investimentos nessas opções pudessem ser feitos em poucos cliques.

“Isso faz toda a diferença para esses produtos, ficou cômodo. Antes, a poupança era essa modalidade que atraia o investidor”, disse o executivo. “Os bancos digitais promoveram a entrada de milhões de brasileiros em outros instrumentos financeiros. As pessoas não investiam, agora pela comodidade e uso inteligente da interface há essa virada da renda fixa.”

Para ele, além dos juros elevados e das estratégias dos bancos digitais, a profissionalização da indústria de intermediação também contribuiu para a alta nas aplicações em crédito privado. “A oferta cria demanda”, afirmou Paiva. “Agora as corretoras ofertam produtos de renda fixa de crédito privado e isso chegou na ponta da pessoa física. Em 2022, eram 1,5 milhão de CPFs e em 2025 já são 3 milhões de pessoas, enquanto que os investidores em ações neste período ficou estável em cerca de 2,7 milhões a 3 milhões.”

A expectativa para 2025, segundo o diretor da B3, é positiva. “Este ano vemos um crescimento contínuo da renda fixa de crédito privado. Os investimentos em ações somente voltarão a ter um desempenho pujante quando a Selic começar a cair.”

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