Plataformas Broadcast
Soluções de Dados e Conteúdos
Broadcast OTC
Plataforma para negociação de ativos
Broadcast Data Feed
APIs para integração de conteúdos e dados
Broadcast Ticker
Cotações e headlines de notícias
Broadcast Widgets
Componentes para conteúdos e funcionalidades
Broadcast Wallboard
Conteúdos e dados para displays e telas
Broadcast Curadoria
Curadoria de conteúdos noticiosos
Broadcast Quant
Plataformas Broadcast
Soluções de Dados e Conteúdos
Soluções de Tecnologia
Crescimento menor ocorre em conjuntura de temor em Wall Street sobre uma possível bolha de inteligência artificial (IA)
26 de novembro de 2025
Por Aline Bronzati, correspondente
As chamadas magníficas do mercado acionário americano registraram, no terceiro trimestre, a menor expansão de lucros em mais de dois anos, em meio ao vaivém de temores em Wall Street sobre uma possível bolha de inteligência artificial (IA). Além disso, o ritmo de crescimento ficou abaixo dos níveis observados em trimestres anteriores. Mesmo assim, as big techs seguem captando recursos para manter a competitividade na corrida da IA – embora algumas tenham de pagar mais caro por isso.
O crescimento do lucro líquido por ação (EPS, na sigla em inglês) das sete magníficas superou as estimativas em 2,6% no terceiro trimestre contra 6,6% das demais 493 empresas listadas no S&P 500, de acordo com levantamento da FactSet. Trata-se da menor taxa de avanço dos ganhos dessas empresas desde o primeiro trimestre de 2023, quando ficou em 5,6%. O grupo é formado por Alphabet, que controla o Google, Amazon, Apple, Meta Platforms, empresa mãe do Facebook e do Instagram, Microsoft, Nvidia e Tesla.
Juntas, as ‘magníficas’ reportaram um incremento real dos lucros de 18,4% no terceiro trimestre. “A taxa de crescimento dos lucros no terceiro trimestre também está abaixo da média de crescimento de 28,8% para essas sete empresas nos quatro trimestres anteriores”, diz o vice-presidente e analista sênior da FactSet, John Butters.
A razão para o desempenho mais fraco se deve principalmente à surpresa negativa nos resultados da Meta. O resultado da companhia no terceiro trimestre foi afetado por um pagamento único de Imposto de Renda no valor de US$ 15,93 bilhões por conta da transição para a nova lei tributária dos Estados Unidos. A alta cúpula da empresa espera, contudo, que o ‘Grande e Belo Projeto de Lei’ do presidente Donald Trump dê bons frutos à frente.
No entanto, se excluir a Meta do grupo das sete magníficas, as demais integrantes teriam reportado um crescimento dos lucros de 30,4%. O ritmo é muito maior do que o visto nas demais empresas do S&P 500, de 11,9% no terceiro trimestre. “E essa é apenas a segunda vez que essas 493 empresas relataram um crescimento de lucros de dois dígitos nos últimos três anos”, destaca Butters.
Em paralelo à divulgação de resultados, as gigantes da tecnologia seguiram captando dinheiro novo no mercado para fazer jus aos investimentos em IA. O movimento foi classificado pelo The Wall Street Journal como uma “enxurrada” de bonds de IA, o que ajudou a elevar a pressão nos mercados financeiros sob o temor de uma bolha à vista. Desde o começo de setembro, Amazon, Alphabet, Meta Platforms e Oracle emitiram quase US$ 90 bilhões em bônus, conforme levantamento da Dealogic. O volume superou o emitido nos últimos três anos.
Apesar de as captações terem sido bem sucedidas, muitas companhias tiveram de pagar mais caro para captar recursos novos no exterior, conforme reportagem do The Wall Street Journal. O aumento inesperado do custo ajudou a deixar os investidores de ações ainda mais tensos quanto diante do elevado patamar de valor dos ativos relacionados à IA e os crescentes alertas dentro e fora de Wall Street quanto ao risco de correção à frente.
A WedBush, especializada em tecnologia e baseada em Los Angeles, com escritório em Nova York, reiterou a visão de que não há uma bolha em IA. Ao contrário, a casa americana acredita que o mundo vive “os primeiros dias” da revolução que a tecnologia trará. A Wedbush estima que os investimentos em IA alcancem US$ 3 trilhões nos próximos anos, e das dez ações tech que recomenda até o fim do ano, seis estão entre as ‘sete magníficas’.
“Esperamos ver uma onda de investimentos relacionados à IA de governos, das maiores empresas de capital aberto e gastos massivos da Ásia e do Oriente Médio, com as big techs dos EUA sendo as principais beneficiárias”, prevê o analista da WedBush, Daniel Ives.
O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira, dia 25, uma ordem executiva para acelerar pesquisas científicas em IA. Batizada de Missão Gênesis, a iniciativa faz parte do “Plano de Ação de IA dos EUA”, também sob sua gestão, que visa a reposicionar os americanos na corrida do setor tecnológico contra a China.
À frente, analistas esperam que um maior crescimento dos lucros para as sete magníficas. De acordo com a FactSet, eles estimam avanço de 19,8% no quarto trimestre, ritmo esse que deve avançar para uma alta de 24,5% no terceiro trimestre de 2026.
As projeções superam as expectativas de Wall Street para o S&P 500 em meio a alertas de banqueiros quanto às elevadas chances de correção do preço das ações americanas. O Morgan Stanley espera que o lucro por ação do índice cresça 17% no próximo ano. Já o Barclays estima avanço de 14%, em linha com o consenso de mercado. Os estrategistas de ações do banco britânico esperam que o ciclo de ganhos se amplie além das grandes empresas de tecnologia, com o S&P 500 alcançando 8.000 pontos ao fim de 2026. O recorde atual de fechamento é de 6.890,89 pontos.
Veja também