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Especialistas ouvidos pela Broadcast esperam movimento intenso mesmo diante do preço do petróleo
8 de outubro de 2025
Por Gabriela da Cunha
Apesar da cautela no mercado e da Petrobras resistir a desinvestimentos, as petroleiras independentes listadas na B3, como Prio, Brava e PetroReconcavo, têm espaço para novas aquisições de ativos e parcerias estratégicas. Especialistas ouvidos pela Broadcast mantêm a expectativa de um movimento mais intenso entre empresas privadas, mesmo diante da oscilação do preço do petróleo e do foco no andamento de projetos represados pelas paralisações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
“O setor passa por mudanças transformacionais, que demandam tempo para que todas as sinergias sejam capturadas. Apesar de a maior parte das operações de fusões e aquisições (M&A) já ter se concretizado, ainda vemos oportunidades nesse contexto, em que o Brasil tem relevância crescente no cenário geopolítico global do petróleo”, comenta Frederico Nobre, gestor de investimentos da Warren. “A transação entre Brava e PetroReconcavo reforça nosso ponto de vista de que o setor passa por um processo de consolidação, que gera um ambiente de ganha-ganha”, acrescenta.
O anúncio da PetroReconcavo sobre a conclusão da aquisição de 50% dos ativos de midstream de gás natural da Brava Energia já era amplamente esperado pelo mercado e foi considerado positivo pelo Banco Safra. Por outro lado, o movimento não reacendeu rumores de uma possível fusão entre as duas companhias, hipótese já descartada anteriormente por ambas as partes.
“Existe uma sinergia considerável entre Brava e PetroReconcavo por operarem no mesmo cluster, mas vejo que o momento atual da Brava não permite uma fusão”, pontua Malek Zein, analista de ações da Eleven Financial.
“A empresa ainda está em turnaround, enquanto a PetroReconcavo vive um momento confortável, com estrutura de capital sólida, geração de caixa e baixo endividamento. Mas não é algo que se descarte no futuro”, complementa.
Para Flávio Conde, responsável pela área de pesquisa da Levante Investimentos, a busca por parcerias estratégicas da PetroReconcavo pode ganhar força caso se confirme o cenário projetado pelo Goldman Sachs, de petróleo do tipo Brent a US$ 55 em 2026.
“É claro que as três independentes serão penalizadas, já que, vendendo ou não no mercado externo, terão de reduzir preços. Mas a PetroReconcavo sofreria mais, por não estar no ritmo de aumento da produção. Sua tese de investimento é baseada na distribuição de dividendos”, explica.
A cautela em relação à commodity se renovou no fim de semana após a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) de ampliar sua produção em 137 mil barris por dia a partir de novembro.
O movimento, voltado a aumentar a fatia de mercado do cartel, reduz parte do otimismo em torno do avanço da demanda por petróleo, que vinha sendo sustentado pela expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Para Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, o atual patamar do Brent coloca a Brava mais próxima de movimentos inorgânicos.
“Há crescimento marginal a partir do sistema definitivo de produção de Atlanta, mas, com o Brent nesse patamar, o desafio da rentabilidade aumenta devido ao custo de exploração e produção. Sem dúvidas, a Brava tem hoje maior incentivo para movimentos inorgânicos, como desinvestimentos de ativos fora do core”, observa.
Em setembro, a Brava produziu 91,8 mil barris de óleo equivalente por dia, queda de quase 1% ante agosto, mas alta de 74,4% na comparação anual.
Na ponta das aquisições, Quaresma não descarta negociações envolvendo empresas internacionais, como ocorreu com a Prio, que comprou 60% do projeto de petróleo e gás Peregrino, da Equinor, após ter adquirido os 40% da chinesa Sinochem.
Conde mantém visão moderadamente positiva para a Prio em 2026. “Acredito que será o ano dela em produção”, afirma. “Nessa disputa constante pelo crescimento mensal dos campos, a Prio tem se destacado historicamente por entregar volumes com baixo custo. E há ainda o projeto Wahoo, que pode adicionar até 60 mil barris por dia no pico, em 2027”, complementa.
Zein, da Eleven Financial, destaca que, mesmo que o preço do petróleo fique abaixo da média histórica por um período prolongado, a Prio deve seguir como um bom investimento. “A companhia tem ativos de excelente qualidade geológica. Em Wahoo, não devemos ver praticamente nenhum desconto na venda do óleo, e a produção pode superar as expectativas. Há possibilidade de upside com novas aquisições, seja da Petrobras ou de players internacionais. Ou seja, o risco-retorno continua atrativo no médio prazo”, avalia.
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