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Para analistas do Goldman Sachs, custos mais altos devem ser repassados a consumidores, limitando impacto na receita de bancos
23 de maio de 2025
Por Altamiro Silva Junior e Aline Bronzati, correspondente
As mudanças que o governo fez no IOF podem afetar os fluxos dos mais endinheirados para os planos de previdência e reduzir a demanda de crédito por empresas, avalia o Goldman Sachs. Custos maiores devem ser repassados aos consumidores, o que deve limitar o impacto na receita dos bancos, na avaliação de seus analistas.
Para as empresas do setor financeiro cobertas pelo Goldman, incluindo seguradoras e os grandes bancos, as mudanças mais relevantes são a introdução de um IOF de 5% sobre os fluxos que excedam R$ 50 mil por mês para os planos de previdência como o VGBL, o que pode ter impacto em empresas que atendem indivíduos de alta renda, afetando os fluxos. Antes dessa mudança, a principal vantagem em planos como o VGBL era o planejamento sucessório, pois evitava impostos sobre herança, ressalta o banco americano.
A outra medida relevante é o aumento do limite máximo do IOF para empresas de 1,88% para 3,95%, bem como a incidência do IOF sobre o desconto de recebíveis (risco sacado), o que pode aumentar o custo do crédito. Nas novas medidas, descontos de recebíveis serão classificados como uma operação de crédito e terão a taxação do IOF.
“A potencial redução na demanda por crédito corporativo provavelmente terá um impacto limitado nas receitas bancárias”, ressalta o Goldman. No Brasil, as operações de crédito são a principal fonte de receita dos bancos, chegando a superar 70% em nomes como Nubank, Santander e Inter. Mas o empréstimo a empresas representa apenas uma porção do total das carteiras e dentro delas, os recebíveis também são uma porção, estimada em no máximo 11% do total. Em bancos como Bradesco representa bem menos, 5%, e no caso do Itaú, 3%.
No caso dos planos de previdência complementar, o Goldman observa que o VGBL representa a maior fatia das reservas, com R$ 1,3 trilhão. A líder do mercado é a BB Seguridade, como 30%, seguida pelo Bradesco, com 21%. Já os dados sobre os fluxos mensais acima de R$ 50 mil, que agora serão taxados, são mais difíceis de serem obtidos.
“Dito isso, acreditamos que a nova medida é provavelmente um risco mais acentuado para empresas com maior exposição ao negócio de previdência”, comentam os analistas. O negócio de planos de previdência representa entre 10% a 15% dos ganhos da Caixa Seguridade e da BB Seguridade, ressalta o relatório.
Já o Morgan Stanley avalia que as preocupações fiscais no Brasil não estão se reduzindo apesar do congelamento de gastos de R$ 31,1 bilhões anunciado ontem pelo governo. O ponto positivo foi um bloqueio de despesas de cerca de R$ 10 bilhões, acima do montante previsto. Do lado negativo, está o fato de o orçamento mirar o piso da meta de resultado primário deste ano, conforme o gigante de Wall Street.
“Continuamos esperando que o governo cumpra o limite inferior da meta primária para 2025”, dizem os economistas do Morgan Stanley, em relatório a clientes, nesta sexta-feira.
Eles também mencionam o aumento da alíquota do IOF e avaliam que, apesar do aumento esperado na arrecadação, de R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026, o governo não apresentou nenhuma medida sobre os gastos.
“As preocupações fiscais do Brasil não estão diminuindo e vemos uma baixa probabilidade de um superávit primário estabilizador da dívida sem reformas estruturais”, dizem os economistas do Morgan.
Apesar disso, o banco vê o Brasil em uma situação “ligeiramente melhor” quando comparado ao contexto de incertezas globais. Nesse sentido, melhorou as projeções para o crescimento do País, mas piorou as expectativas para a inflação no próximo ano e passou a prever uma queda mais agressiva dos juros em 2026.
O Morgan Stanley espera que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 2,3% neste ano contra projeção anterior que apontava alta de 1,9%. Para 2026, sua projeção indica avanço de 2,0% ante aumento de 1,5%.
Quanto à inflação, o Morgan manteve expectativa de 5,6% neste exercício. No entanto, para 2026, vê os preços desacelerando em menor ritmo no Brasil, para 4,4% e não mais 3,6%.
O banco americano reiterou a projeção de 14,75% para a Selic no fim de 2025, mas passou a ver uma queda maior no próximo ano, para 11,25%, contra 12,15%. O câmbio deve se desvalorizar no Brasil, para R$ 5,9 neste ano contra R$ 5,7 estimado anteriormente. Em 2026, pode melhorar, para R$ 5,6 ante R$ 6,0 de seu cenário anterior.
Uma atividade forte no Brasil pode ajudar nas métricas fiscais de 2025, mas a preocupação está em 2026 pelo fato de ser um ano eleitoral, alerta o Morgan Stanley. “Estamos mais preocupados com 2026, já que os gastos provavelmente aumentarão antes das eleições”, diz o banco.
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