São Paulo, 19/01/2018 - A colheita da safra de soja 2017/18 do Brasil atingiu 0,8% da área prevista na quinta-feira (18), ante 0,1% na semana passada, 2,2% há um ano e 1,2% na média de cinco anos, apontou a consultoria AgRural, em levantamento semanal. Conforme a consultoria, 2,8% da área em Mato Grosso foi colhida, com avanço de 2,5 pontos porcentuais em uma semana. "Apesar do bom desempenho, que foi favorecido pelo tempo mais seco dos últimos dias, ainda há atraso em relação aos 7,5% do ano passado, que teve plantio e colheita bastante acelerados, e aos 3,9% da média de cinco anos", disse a AgRural. O outro Estado que já iniciou a colheita é Rondônia, com 0,5% da área de soja ceifada.
Em Mato Grosso do Sul e Goiás, onde já havia colheita em igual período do ano passado, os trabalhos de campo devem engrenar somente em fevereiro, por causa do plantio mais tardio, segundo a consultoria. Conforme a AgRural, o mesmo vale para o Paraná, que além de ter registrado atraso no início do plantio, teve alongamento do ciclo de parte das lavouras devido à falta de luminosidade e às temperaturas mais baixas que marcaram boa parte desta safra. "Mas, apesar da colheita mais tardia, a expectativa é de altas produtividades no Paraná e nos Estados do Centro-Oeste", disse a consultoria.
As condições também são boas nos demais Estados produtores, e a previsão para as próximas duas semanas é de chuvas favoráveis ao desenvolvimento das lavouras de locais que plantam mais tarde, como o Rio Grande do Sul e os Estados do Matopiba, de acordo com a AgRural.
Com a colheita mais tardia, a consultoria calcula que cerca de 6,5 milhões de toneladas de soja sairão das lavouras brasileiras até o fim de janeiro - a maior parte de Mato Grosso, que deve colher 5,6 milhões de toneladas. "Mas é preciso ficar atento às chuvas previstas para a virada de janeiro para fevereiro, que tendem a tornar os trabalhos mais lentos no Estado." Em janeiro do ano passado, o Brasil colheu 11,4 milhões de toneladas de soja. Deste total, 8,5 milhões de toneladas saíram de Mato Grosso. (Leticia Pakulski - leticia.pakulski@estadao.com)
