Por Isadora Duarte
São Paulo, 09/07/2020 - Os contratos futuros de algodão negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam no maior nível dos últimos quatro meses, observa o banco Commerzbank. Ontem, o vencimento para dezembro fechou em 64,16 centavos de dólar por libra-peso. "Após uma queda no início da crise do novo coronavírus, o preço do algodão se recuperou por causa do aumento dos preços do petróleo, que torna a produção das fibras sintéticas mais caras", explica a analista de commodities agrícolas do banco, Michaela Kühl, em comentário diário enviado a clientes. A demanda pela fibra natural tende a ficar aquecida quando os preços do produto sintético ficam mais onerosos pelas têxteis, por estabelecerem relação de concorrência.
A analista acrescenta que o tempo quente e seco registrado no Texas, o principal Estado produtor da commodity nos EUA, também contribuíram para a recuperação dos futuros. No Estado, as lavouras da cultura estão em desenvolvimento. "O preço também foi afetado pelo fato de o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) inesperadamente informar no fim de junho que a área de algodão dos EUA agora é 11% menor do que no ano passado, apesar de os agricultores terem planejado deixar a área inalterada", justifica Michaela.
No entanto, Michaela pondera que, apesar da recuperação, as cotações do algodão ainda estão significativamente inferiores em relação ao início do ano, quando os preços excederam 70 centavos de dólar por libra-peso. O mercado continua atento às novas estimativas de oferta e demanda global da pluma, que serão publicadas amanhã pelo USDA.
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