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21 de outubro de 2025
Por Gabriel Baldocchi, Talita Nascimento e Aramis Merki II
São Paulo, 21/10/2025 – A consolidação do iFood no mercado de delivery virou uma plataforma para desenvolvimento de novas frentes de negócio que se relacionem ao foco principal dos restaurantes. Um dos mais promissores é o avanço do braço financeiro do grupo. A fintech surgiu em 2019 para dar suporte aos restaurantes, cresceu na concessão de crédito e hoje oferece R$ 160 milhões em financiamentos na plataforma mensalmente.
A operação já contabiliza R$ 2 bilhões em crédito concedidos e 175 mil contas ativas. Foi destaque do relatório anual da dona do iFood, o grupo Prosus, e é uma das frentes diversificação que ajudaram a empresa brasileira a ter 20% das receitas de fontes que vão além do delivery. A ideia é crescer a vertente de crédito nos próximos anos para virar um banco comercial completo, com depósitos e uma ampliação também a produtos e serviços para pessoas físicas.
O braço financeiro (iFood Pago) já têm duas licenças necessárias pelo Banco Central para as operações: Instituição de Pagamento (IP) e Sociedade de Crédito Direto (SCD). O plano é buscar novo avanço regulatório para expandir a oferta de produtos e serviços bancários, o que pode ocorrer inclusive por meio de parcerias.
Um dos diferenciais da operação na área hoje é usar os dados da plataforma com inteligência artificial para fazer uma avaliação mais completa da capacidade de pagamento dos restaurantes e oferecer crédito para quem enfrenta dificuldade nos bancos.
“Criamos um algoritmo que enxerga a capacidade operacional de um restaurante e dá uma nota de sustentabilidade operacional e financeira”, afirma o CEO do iFood, Diego Barreto, em entrevista à Broadcast. “Eu falo assim: ‘O restaurante cancela pouco pedido, o consumidor gosta dele, transfere preço da inflação no cardápio, a ruptura é baixa…’ O modelo enxerga isso e fala: ‘Esse dificilmente vai ter um problema financeiro ou operacional’. E, do outro lado, o algoritmo fala qual é a probabilidade dele sair da plataforma. Na hora que enxerga uma capacidade boa, operacional, e portanto financeira na sequência, ele enxerga uma alta probabilidade de manutenção de um restaurante na plataforma, e fala: ‘Você pode dar crédito'”.
A empresa vem crescendo também em benefícios, com o negócio de vale-refeição. Criada em 2020 em fase de testes, a área se tornou uma parte importante do negócio, com 856 mil usuários ativos. O iFood é uma das empresas que mais defendem a abertura desse mercado em Brasília e cobra a regulamentação de mecanismos como a portabilidade e a interoperabilidade.
Na área financeira, o delivery avançou também para criar a sua própria maquininha de cartões, dando um passo a mais na cadeia de consumo. O terminal de pagamentos do iFood oferece aos restaurantes o cruzamento integrado ao aplicativo, o que permite maior poder de personalização de dados aos restaurantes. A nova frente já movimentou R$ 925 milhões em transações. A meta é alcançar 4 mil restaurantes no Brasil até 2026.
Cultura
O estímulo ao desenvolvimento de novas frentes de negócio virou parte da cultura do iFood, num modelo disseminado pelo ex-CEO do grupo, Fabricio Bloisi, para dar ritmo de startup na empresa depois que ela virou um gigante do delivery. Chamados internamente de “jet-skis”, as iniciativas nada mais são do que fazer novos testes de atuações diversas até ter a sua viabilidade confirmada, para virar uma nova área de negócios. Somente em 2023, a empresa tinha 20 dessas iniciativas em testes.
Pela sua atuação no iFood, Bloisi foi alçado ao comando da Prosus, dona do delivery brasileiro e investidora global em tecnologia, com atuação em mais de 60 países. Diego Barreto, que assumiu a chefia no Brasil, recentemente também ganhou um cargo na Prosus: virou o líder regional do grupo na América Latina. Barreto é um entusiasta do ecossistema de startups no País e atua como conselheiro e mentor na área.
A relação dos dois executivos cresceu permeada pelo que pensam sobre inovação. A entrevista que Barreto concedeu à Broadcast se deu quando participava de um evento privado do Google exclusivo para empreendedores globais sobre as tendências de futuro. O executivo foi o único brasileiro a participar da conferência e conta que a discussão deixou claras três revoluções que estão à porta: de inteligência artificial, de robótica e de computação quântica. “Existe uma visão muito clara de que o nível de produtividade vai explodir no mundo nos próximos cinco anos.”
Contatos: talita.ferrari@estadao.com, gabriel.baldocchi@estadao.com e merki@broadcast.com.br
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