Política
18/08/2022 09:01

Eleições 2022: Diálogo da esquerda com evangélico deve ser feito por evangélico, diz Frente


Por Giordanna Neves

São Paulo, 18/08/2022 - Para obter êxito na conquista de eleitores evangélicos, segmento no qual o presidente Jair Bolsonaro (PL) apresenta ampla vantagem, a esquerda deve designar aos próprios evangélicos a função de atrair votos deste eleitorado. A avaliação é da jornalista e uma das coordenadoras da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito Nilza Valeria Zacarias.

“Todo grupo social tem seus próprios códigos. Evangélicos falam com evangélicos. Acho que a esquerda tem que entender que esse papel do diálogo com os evangélicos cabe aos evangélicos”, disse Nilza. “A disputa deste voto tem que ser feita por evangélicos. Porque apesar de divergirmos no voto, existem princípios que nos une”, continuou.

A Frente da qual coordena formalizou apoio a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida pelo Palácio do Planalto. Diante da urgência em combater as investidas contra a democracia, de acordo com Nilza, o movimento -que é apartidário e sem vinculação ao PT- decidiu se posicionar nas eleições presidenciais.

De acordo com a pesquisa Genial/Quaest divulgada ontem, 17, 52% dos entrevistados evangélicos declaram voto em Bolsonaro e 28% em Lula.

A Frente foi procurada pelo PT para produção de materiais para campanha com o intuito de atrair novos eleitores evangélicos. A proposta envolveria, por exemplo, elaboração de adesivos, mensagens, vídeos e, principalmente, textos. “O povo evangélico gosta de ler. Essa comunidade mais pobre, que é o grande contingente evangélico, não tem toda essa tecnologia”, explicou Nilza. Os diálogos entre o partido e o movimento seguem em aberto.

A coordenadora defende que a campanha petista atue de forma capilarizada na conquista do voto evangélico, mas sem perder o debate central da campanha. Nilza tem receio de que a disputa eleitoral vire “uma guerra religiosa'' que, segundo ela, “seria mais confortável para Bolsonaro”.

No primeiro dia oficial de campanha eleitoral, no dia 16, os discursos de Lula e Bolsonaro foram marcados por temas religiosos, indicando o que pode ser uma das tônicas da corrida por votos até o dia 2 de outubro.

Contato: giordanna.neves@estadao.com

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