Política
25/07/2017 15:20

Ministro da Defesa descarta Forças Armadas no policiamento das ruas do Rio


Rio, 25/07/2017 - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, descartou nesta terça-feira, 25, a possibilidade de as Forças Armadas atuarem no policiamento das ruas do Rio. De acordo com Jungmann, desta vez, os militares apenas darão apoio a operações de inteligência das Polícias Militar (PM), Civil e Federal (PF).

Ele também não quis adiantar quando serão realizadas essas ações, que, afirmou, durarão até o fim de 2018. Em entrevista à Rádio CBN, Jungmann comparou a participação militar na Segurança Pública ostensiva - que já ocorreu em outras ocasiões - a um período de férias para os criminosos.

"Há uma sensação [de segurança] que todos têm quando se vê um soldado patrulhando a rua. Só que aquilo são férias para bandido porque eles sabem que nós temos de sair, que não é possível permanecermos por tempo indefinido. Aí, eles, simplesmente, retraem-se, tiram férias, e voltam em seguida a nossa saída. O que precisa fazer é ir aonde está o comando do crime e seus instrumentos, suas ferramentas. Aí, você tem, de fato, condições de reduzir a criminalidade, tornando a segurança não algo que vai e vem a reboque da presença de forças ostensivas, mas de fato reduzindo a capacidade da criminalidade. Isso só se faz com inteligência e ação integrada", defendeu.

O ministro da Defesa afirmou ainda que a atuação militar no policiamento das vias custa caro e só é usada quando há um "esgotamento da capacidade de manter a segurança". A ocupação do Complexo da Maré durante um ano e meio, lembrou, custou R$ 400 milhões aos cofres federais.

Na Olimpíada, o envio de 23 mil homens consumiu por R$ 3 bilhões. De acordo com Jungmann, os dispêndios tornam inviável a generalização dessa experiência. "Imagina fazer isso em todo o Rio", disse. Segundo o ministro, há criminosos ligados ao poder público no Rio. "O Rio tem um problema que é a criminalidade e outro que é aquela parte do Estado e do poder público que foi capturada pelo crime. Ou seja, o crime conseguiu infiltrar-se nas diversas esferas governamentais do Estado do Rio. Não só apenas nas forças policiais, é muito mais amplo. Você viu o que aconteceu no Tribunal de Contas", disse.

Conforme Jungmann, o avanço do crime ocorre em todo o País, mas no Rio está num estágio mais avançado. "Há 800 comunidades que estão sob o controle do crime organizado. Ora, quem controla território tem voto. Quem tem voto elege seus representantes ou seus aliados. Isso significa que o crime tem capacidade de colocar no Legislativo do Rio alguns de seus representantes", acusou. O ministro também anunciou que irá ao Rio ainda nesta semana para se reunir com as autoridades de Segurança Pública do Estado. O assunto será as operações das Forças Armadas com as polícias do Estado. (Constança Rezende)
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