Política
25/07/2017 14:48

Filho de desembargadora é interceptado pela PF ao tramar fuga de presídio


São Paulo, 25/07/2017 - Relatório de 27 páginas da Operação Cerberus, da Polícia Federal (PF) em Mato Grosso do Sul, revela os métodos da organização criminosa da qual supostamente fazia parte Breno Fernando Solon Borges, de 37 anos, filho da presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges.

O documento é subscrito pelo delegado Caio Martins de Lima, da PF em Três Lagoas (MS). Fernando Solon Borges foi preso em 8 de abril pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em água Clara (MS). Com ele, os agentes apreenderam 129 quilos de maconha e munições de grosso calibre - 199 projéteis 7.62 e 71 de 9 milímetros.

Na sexta-feira, 21, o plantão judiciário do Tribunal de Justiça (TJ) do Estado decidiu substituir o regime de prisão preventiva em que Fernando Solon Borges se encontrava por internação provisória numa clínica médica. Laudos anexados pela defesa ao pedido indicam que o filho de Tânia sofre de síndrome de Borderline - doença marcada por "desvios dos padrões de comportamento", com alterações de afetividade e controle de impulsos.

Cerca de dez dias antes de ser preso com drogas e munições pesadas, ele caiu no grampo da PF ajustando por mensagens de texto os pontos finais de uma ação de fuga. O interlocutor dele na ocasião era Tiago Vinícius Vieira, apontado como o líder da organização montada para assassinatos, corrupção de funcionários públicos, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e porte ilegal de armas. Vieira, que o chama de "mano", é interno do presídio de segurança média de Três Lagoas.

De acordo com a PF, o filho da desembargadora atuava como "agente operacional" de Vieira. Na conversa capturado pela PF, Fernando Solon Borges pede a Vieira, a quem chama de "bicho", para lhe vender uma submetralhadora israelense Uzi. Vieira pergunta se ele "não pode dormir na cidade" - o plano de fuga havia sido adiado por causa da chegada ao presídio de um novo detento.

“Dormir eu não posso”, desculpa-se. “Eu tinha de ter alguma desculpa para a minha mãe também, entendeu? Se eu dormir aqui, vai dar desconfiança para minha mãe. Se for o caso, eu venho amanhã, bicho.”

Desembargadora
A reportagem fez contato com o TRE, mas não teve retorno. (Fausto Macedo e Julia Affonso)
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