Política
12/03/2019 13:30

Presos podem pensar em delação premiada, diz Witzel sobre suspeitos no caso Marielle


Rio, 12/03/2019 - O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), disse que os suspeitos presos nesta terça-feira, 12, no caso Marielle "poderão pensar na delação premiada" para que a investigação chegue aos mandantes do crime. Ele reuniu autoridades da Polícia Civil e os delegados responsáveis pelo inquérito para apresentar o resultado do que classificou como 1ª fase da apuração. Uma 2ª fase seria a responsável a chegar a outros envolvidos nos assassinatos.

Witzel comemorou a "resposta dada à sociedade". O delegado Giniton Lages, responsável pelo inquérito, detalhou que a investigação ouviu 230 testemunhas, interceptou 318 linhas telefônicas e chegou a um intricado rastro de vestígios deixados pelos suspeitos. "Foi uma execução sofisticada e que não teve erro por parte dos criminosos. Eles não desceram do carro em nenhum momento, não fizeram ligação, não deram oportunidade para que a investigação chegasse até eles", disse Lages.

O delegado disse que nenhuma linha de investigação está afastada para a 2ª fase. No entanto, Lages esclareceu que a testemunha que havia tentado ligar o vereador Marcello Siciliano e Orlando de Curicica ao caso voltou atrás da declaração e poderá ser responsabilizado por isso. "Mesmo assim, não afastamos a possibilidade de Siciliano nem de ninguém na 2ª fase da apuração."

Ronie Lessa, policial militar reformado, e Elcio Vieira de Queiroz, expulso da Polícia Militar, foram denunciados por homicídio qualificado e por tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, uma das assessoras de Marielle que também estava no carro. A prisão é resultado de uma operação conjunta do Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Além dos mandados de prisão, a Operação Lume cumpre mandados de busca e apreensão em endereços dos dois acusados para apreender documentos, celulares, computadores, armas, munições e outros objetos. Após a prisão dos suspeitos, parlamentares do PSOL e a viúva de Marielle pediram que as investigações continuem para descobrir o mandante do crime.

Delegado. Em coletiva encerrada há pouco, o delegado Giniton Moraes, responsável pela investigação do assassinato de Marielle Franco, afirmou que a execução da vereadora pelo PM reformado Ronnie Lessa "foi um crime de ódio" realizado "por motivo torpe".

O delegado afirmou que neste momento a polícia mão sabe quem foram os mandantes do crime e a motivação do assassinato. Essas questões seriam alvos de uma segunda fase da investigação.

Na coletiva que durou quase duas horas, o delegado contou que nos meses que antecederam o crime, Lessa teria feito várias pesquisas online não só sobre Marielle Franco, mas também sobre o então deputado estadual Marcelo Freixo e sua família. Segundo o delegado, Lessa demonstrava ódio dos parlamentares por conta de ideologia política.

O delegado detalhou ainda como o carro dos atiradores saiu da Barra, na zona oeste, as 17h24 da tarde do dia 14 de março. Durante todo o trajeto até o centro do Rio, que durou mais de duas horas, eles não deixaram o carro. (Roberta Jansen com portal Estadão.com)
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