Política
23/02/2018 08:39

Operação que prendeu presidente da Fecomercio-RJ é desdobramento da Lava Jato


São Paulo, 23/02/2018 - A ação da Polícia Federal que prendeu na manhã desta sexta-feira, o presidente da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), Orlando Diniz, é um desdobramento da Operação Lava Jato.

A Operação Jabuti investiga desvio de recursos da Fecomércio, lavagem de dinheiro e pagamento de cerca de R$ 180 milhões em honorários advocatícios com recursos da entidade. A ação é realizada em parceria com o Ministério Público Federal e apoio da Receita.

Aproximadamente 60 policiais federais cumprem um mandado de prisão preventiva, três mandados de prisão temporária e 10 mandados de busca e apreensão.

Em nota, a PF informou que as investigações apontaram que gestores da Fecomércio do Rio ‘estariam envolvidos em operações irregulares incluindo o desvio de recursos, lavagem de dinheiro e pagamento, com recursos da entidade, de vultosos honorários a escritórios de advocacia, somando mais de R$ 180 milhões’.

“Nesse valor estão incluídos cerca de R$20 milhões que teriam sido pagos ao escritório pertencente à esposa de um ex-governador do Rio que se encontra recolhido ao sistema prisional à disposição da Justiça”, diz a nota da PF.

A Operação Jabuti indica que ‘diversas pessoas receberam, por anos, salários da Fecomércio-RJ, embora nunca tenham trabalhado no órgão’.

“Algumas dessas pessoas, na verdade, trabalhavam para o ex-governador preso, e outras são familiares próximos de outros membros da organização criminosa”, afirma a PF.

O nome da Operação faz alusão a funcionários-fantasmas, que entre os funcionários da FECOMÉRCIO-RJ eram conhecidos como “jabutis”.

Em dezembro do ano passado, Orlando Diniz foi afastado do Sesc-Rio, pelo Superior Tribunal de Justiça.

Repasse de R$ 13.025.183,26, da Fecomércio do Rio ao escritório de advocacia da ex-primeira-dama do Estado Adriana Ancelmo já havia sido alvo da Lava Jato. Em novembro de 2016, quando o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) foi preso, o Ministério Público Federal havia apontado um ‘crescimento vertiginoso’ da banca.

Durante o governo Cabral, o escritório de Adriana Ancelmo recebeu R$ 35,8 milhões de 10 empresas. Uma delas, a Fecomércio do Rio.

Na época, a forca-tarefa da Lava Jato chamou a atenção para ‘o assombroso vole de recursos que a Fecomércio - Federação das Indústrias do Comércio do Rio - passou a desembolsar para o escritório de Adriana Ancelmo principalmente em 2015 e 2016’.

“Os valores pagos exclusivamente pela Fecomércio são superiores a soma de todos os clientes do escritório nos anos anteriores, sabendo que existe pedido de investigação do Ministério Público de Contas junto ao Tribunal de Contas da União, envolvendo a Fecomércio e a contratação de escritórios de advocacia”, destacou a força-tarefa na ocasião. (Julia Affonso)
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