São Paulo, 22/06/2017 - O Banco Central (BC) optou por não insistir tanto na ideia da moderação da taxa Selic no próximo Copom, marcado para julho, para dar mais destaque à taxa de juro estrutural, que está mais relacionada com as reformas estruturantes da economia. A avaliação foi feita pelo economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.
No mais, disse o economista, o documento reitera a ideia do ciclo de afrouxamento monetário permanecer na dependência das expectativas de inflação, inflação corrente e da atividade.
"Não muda muito a fala anterior. Eu só acho que o BC não insistiu tanto na ideia da moderação da taxa Selic agora e falou mais da taxa de juro estrutural, que tem a ver mais com as reformas", reforçou o economista.
Para Perfeito, talvez o BC queira deixar aberta a porta para um corte de 1 ponto porcentual na reunião de julho. "Eu acho que eles vão cortar em 1 ponto porque a inflação estará muito baixa e a atividade também. Mas não é isso que está explicito no documento", disse.
Nos boxes do documento chamou a atenção do economista da Gradual a parte dedicada à revisão do Produto Interno Bruto (PIB) e a que mostra uma queda do investimento de 0,6% neste ano e o consumo das famílias com crescimento zero. "Isso mostra que o BC sabe o tamanho do problema em que ele está metido", disse citando o ambiente de atividade. (Francisco Carlos de Assis - francisco.assis@estadao.com)
