Brasília, 22/06/2017 - O diretor de política econômica do Banco Central, Carlos Viana de Carvalho, reconheceu que o peso do ano de 2018 cresce no horizonte de análise da autoridade monetária. "De fato, o horizonte é maior e cobre 2018 e, com peso menor, 2019. O tempo vai passando e a capacidade de afetar horizontes mais curtos vai se reduzindo", disse. Viana notou que essa mudança dinâmica do horizonte é levada em conta pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e essa movimentação gradual é comunicada ao mercado.
Em entrevista para apresentar o Relatório Trimestral de Inflação, o diretor do BC disse que a data de corte do documento é 14 de junho. "Não temos nenhum acontecimento posterior refletido no Relatório de Inflação", disse.
Sobre eventual piora do cenário com aumento da incerteza desde a data de corte, o diretor explicou que a incerteza importa para o BC pelos efeitos gerados sobre a economia "Na atividade, tem efeito desinflacionário e o outro canal é pela formação de preço, que tem impacto na taxa de juros estrutural".
"É possível que esses efeitos se compensem e até se anulem. Temos de olhar ao longo do tempo para ver como isso evolui", disse. (Fernando Nakagawa, Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues)
