São Paulo, 26/11/2018 - Anunciado neste sábado pelo futuro ministro da Economia Paulo Guedes como secretário do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), o economista Carlos Alexandre da Costa já tem sido visto por empresários como um potencial interlocutor do governo com o setor privado. Representantes de empresas e entidades do setor de comércio e serviços, que se reuniram com Guedes na semana passada, já acreditam que a secretaria poderia representar no novo governo uma ponte de diálogo em substituição ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
"Nos parece que será uma estrutura nova, centralizada, mas é positiva a interlocução que estão querendo fazer com a sociedade", afirma o presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), Emerson Destro. A entidade participou de reunião com a equipe de transição na última quarta-feira, 21, junto com outros membros da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs). O grupo inclui associações de setores como restaurantes, supermercados e lojistas de shopping.
A expectativa do grupo é ser recebido novamente pela equipe econômica do novo governo após a posse, possivelmente em fevereiro. Entre as demandas do setor estão o que Destro chama de "ajustes finos" em regulamentações. Ele cita como exemplo alterações que simplifiquem regras de transporte de cargas fracionadas, como as que são levadas pelos atacadistas aos pequenos varejos.
"Estamos com esperança renovada", diz Destro sobre o relacionamento com Brasília. "O (futuro) ministro nos disse que precisamos nos reunir com o governo a cada 30 ou 40 dias e que quer ouvir o setor produtivo sobre as travas que existem na economia", conta.
O setor pede ainda a liberação da venda de medicamentos isentos de prescrição em supermercados. Uma audiência pública no Congresso Nacional sobre o tema está marcada para esta terça-feira, 27. (Dayanne Sousa- Dayanne.sousa@estadao.com)
