Por Bruno de Castro
São Paulo, 20/01/2020 - O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, confirmou ter se reunido com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, nesta quarta-feira, 20, para discutir "a cooperação antiepidêmica e de vacinas entre os dois países". A informação foi publicada por meio da conta oficial da Embaixada da China no Brasil no Twitter. "A China continuará unida ao Brasil no combate à pandemia para superar em conjunto os desafios colocados pela pandemia", diz a publicação.
Em tom amistoso, a embaixada mencionou também a reunião de Wanming com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O deputado procurou o embaixador para discutir formas de viabilizar o envio de insumos para a produção de vacinas contra a covid-19 no Brasil. "A parte chinesa atribui grande importância à parceria sino-brasileira e vai continuar a promover a nossa cooperação e o combate conjunto contra a pandemia", diz a publicação.
Mais cedo, Maia disse ter informações de que não havia diálogo entre o governo brasileiro e a embaixada, apesar da iminência de paralisação da vacinação contra covid-19 no País por falta de insumos.
Em clara resposta ao presidente da Câmara, o Palácio do Planalto informou, por meio de nota oficial, que Pazuello, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, se reuniram com o embaixador hoje, 20, e que o governo federal "é o único interlocutor oficial com o governo chinês".
A família do presidente Jair Bolsonaro tem mantido uma relação conflituosa com o embaixador chinês. Nas redes sociais, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) vinculou o país asiático à "espionagem" por meio da tecnologia 5G, o que provocou protesto público da diplomacia chinesa. Para o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, no entanto, a réplica chinesa criou "fricções desnecessárias" e prejudicou a boa relação entre os países.
O Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) dependem do envio de insumos chineses - Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) - para produção dos imunizantes no Brasil. Yang Wanming, segundo Maia, teria dito que o governo da China se empenhará para acelerar o processo de importação do produto.
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