São Paulo, 10/05/2018 - O jurista Modesto Carvalhosa, em mesa-redonda com o pré-candidato do Partido Novo ao governo de São Paulo, Rogério Chequer, afirmou nesta quinta-feira, 10, que não confia nas urnas eletrônicas brasileiras. De acordo com Carvalhosa, em teoria, o Brasil é um país que elege as pessoas dentro do princípio do sufrágio universal direto, com apuração pública dos votos.
“Para o TSE, no entanto, isso parece não significar nada. A implantação da urna eletrônica transformou o Brasil no único país do mundo onde o voto é secreto, mas a apuração também. Como confiar em apuração secreta?”, afirmou o jurista.
Rogério Chequer também comentou sobre o assunto. Embora tenha declarado que “as urnas não são auditáveis e que o que não é auditável, por definição, é fraudável”, Chequer defende que, até as eleições de outubro - nas quais será candidato -, esse assunto não seja tão abordado.
“Se você não confia na urna, você se preocupa menos em votar corretamente. Por isso, nos próximos 5 meses, não devemos criticar as urnas de forma incisiva para não motivar as pessoas a votarem errado”, afirmou o pré-candidato. Para ele, a estratégia deve ser atacar a urna eletrônica após as eleições.
Voto impresso
Sobre a decisão do TSE de acoplar impressoras à 5% das urnas das eleições deste ano - cerca de 30.000 delas -, ambos os participantes da mesa-redonda afirmaram que não é suficiente. “Duvido que haja algum problema de contagem de votos com esses 5%, mas aposto que haverá problemas nas impressoras pra justificar uma suposta impossibilidade de adotar essa medida para a integralidade das urnas eletrônicas”, afirmou Chequer. “É preciso lembrar que haverá 95% de urnas sem impressora e sem auditoria. Não serão nos 5% de urnas com impressoras que encontraremos as irregularidades”, disse Carvalhosa. (Gabriel Wainer, especial para a AE)
