Por Julia Lindner
Brasília, 09/09/2020 - O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, relacionou, nesta quarta-feira (9), a alta no preço de alimentos à injeção de recursos na Economia pelo governo durante a pandemia do novo coronavírus, como o auxílio emergencial. Segundo ele, as pessoas estão "se alimentando melhor e melhorando as suas casas", algo "muito acima daquilo que estavam acostumadas".
"É a questão da lei de oferta e procura. Uma porção de gente comprando porque o dinheiro que o governo injetou na economia foi muito acima daquilo que as pessoas estavam acostumadas. Tanto que está tendo grande compra de alimentos e material de construção. Então, as pessoas estão se alimentando melhor e estão melhorando as suas casas. Essas são as duas áreas onde está havendo bastante gasto", disse Mourão a jornalistas, na entrada da Vice-Presidência.
Ele também avaliou que o crescimento das exportações e questões sazonais também influenciam na alta dos preços e citou como exemplo o arroz. "Estamos vendendo bastante para o mercado externo", disse. Mourão disse que a área plantada com o cereal diminuiu porque os arrozeiros tiveram prejuízo e "o cara muda de ramo. Aí, agora, eles estão replantando. É um momento sazonal, daqui a pouco volta tudo ao normal", declarou o vice.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro demonstrou receio do risco de inflação e pediu "patriotismo" aos donos de supermercados para tentar baixar os preços de produtos que compõem a cesta básica.
Ontem, em entrevista exclusiva ao Broadcast/Estadão, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que o governo não fará nenhum tipo de intervenção nos preços dos principais alimentos da cesta básica brasileira, que têm apresentado forte inflação nas últimas semanas, como arroz, feijão, leite, carne e óleo de soja. Há registros de crescimento de mais de 100% nas gôndolas de supermercados.