Por Daniel Weterman e Eduardo Laguna
São Paulo, 20/01/20222 - O ex-secretário do Tesouro Nacional e diretor da Asa Investments, Carlos Kawall, afirmou, em entrevista ao Broadcast Live, que as despesas obrigatórias no Orçamento de 2022 estão subestimadas em R$ 10 bilhões. O presidente Jair Bolsonaro tem até amanhã para sancionar a peça orçamentária.
Para recompor as despesas obrigatórias, no caso as despesas com o pagamento de pessoal, o governo diminuiu a projeção de corte para R$ 3,8 bilhões, como revelou o Broadcast, e colocou as emendas de comissão no alvo. Além disso, Bolsonaro ainda avalia um reajuste aos policiais federais em 2022 e prometeu uma revisão para as demais categorias em 2023.
"Temos agora um governo que claramente abriu mão da âncora fiscal em troca do populismo", afirmou Kawall. "Essa questão (promessa de reajuste a servidores) inevitavelmente vai levar a uma expansão de gastos em 2023, que vai colidir com o espaço já aumentado com a PEC dos Precatórios."
Com a aprovação do orçamento e o crescimento de despesas, ele projeta um déficit fiscal do setor público de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. Em linhas gerais, o economista definiu o cenário como "um quadro sombrio para as contas públicas" neste ano.
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