Política
03/08/2022 14:48

Eleições 2022: A empresários, Nelson Jobim e Marco Aurélio defendem urnas eletrônicas e diálogo


Por Eduardo Gayer

Brasília, 03/08/2022 - Ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello e Nelson Jobim, hoje sócio do BTG Pactual, reafirmaram na noite de ontem a confiança no sistema eleitoral brasileiro. Em encontro com empresários e chefes de fundos de investimento, alguns dos fiadores da eleição do presidente Jair Bolsonaro em 2018, os juristas foram na contramão do que prega o chefe do Executivo, sem provas, e defenderam as urnas eletrônica e a manutenção do diálogo.

Com trânsito entre agentes do mercado financeiro, Jobim destacou ser preciso negociar politicamente com todos. “Em política, não se escolhe interlocutor. O interlocutor é o que está à mesa. Se você desqualificar o interlocutor, inviabiliza a mesa. O interlocutor bom, mau, feio, bonito, malandro, não malandro, corrupto, não corrupto, é o que está à mesa e é sobre isso que temos que falar. Esse é o processo democrático”, avaliou. Não houve citação direta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT ao Palácio do Planalto, líder nas pesquisas de intenção de voto, mas pouco palatável para setores do empresariado.

Marco Aurélio, por sua vez, adotou tom mais elevado. “O dirigente maior do País, a meu ver em ato falho, critica a urna eletrônica. Mas o faz olvidando, esquecendo que foi eleito graças a esse sistema, que é um sistema da urna eletrônica”, declarou aos presentes. “Lamentavelmente, porque aprendemos com nossos pais, o exemplo vem de cima. O que é proclamado pelo presidente Jair Bolsonaro não serve de orientação aos seus cidadãos comuns, aos eleitores”, seguiu. O ex-ministro lembrou que desde 1996, ano do advento das urnas eletrônicas, não houve qualquer suspeita séria envolvendo a segurança do sistema eleitoral.

Bolsonaro vem ampliando sua ofensiva contra o sistema eleitoral brasileiro e chegou a reunir embaixadores no Palácio d a Alvorada para repetir ataques às urnas eletrônicas e levantar suspeitas em relação à lisura das eleições. Até hoje, nunca apresentou provas para embasar sua tese. Opositores acusam o presidente de preparar o terreno para tentar melar as eleições, caso derrotado.

As declarações de Jobim e Marco Aurélio ocorreram no 4º Encontro Nacional de Lideranças, em Brasília, sob o mote "O futuro do Brasil passa por aqui" e com a presença de empresários e chefes de fundos de investimento. A organização do evento foi antecipada pelo Broadcast Político em 4 de julho.

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