Política
29/06/2022 17:43

Pacheco fala em possibilidade de unir CPI do MEC com investigação proposta por líder do governo


Por Iander Porcella

Brasília, 29/06/2022 - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta quarta-feira, 29, que há possibilidade de unir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar suspeitas de irregularidades no Ministério da Educação com uma investigação proposta pelo líder do governo na Casa, Carlos Portinho (PL-RJ), que trata de obras inacabadas do MEC.

“Há requerimentos que foram feitos por senadores relativamente aos critérios de preferência de uma ordem cronológica, que é o que está sendo pretendido por alguns senadores, o que precisa ser decidido pela presidência também, assim como, pelo menos em relação a duas CPIs, uma pertinência temática em relação a elas para se entender se deve haver o apensamento dos dois requerimentos ou não”, declarou Pacheco.

Ontem, após o pedido para abertura da CPI ser protocolado pela oposição, Portinho enviou um requerimento para que a instalação de investigações no Senado seja feita por ordem cronológica de apresentação do pedido. Atualmente, há quatro CPIs para análise de Pacheco. Como mostrou a coluna Jogo Político, o governo aposta, dessa forma, em esvaziar o movimento dos oposicionistas.

O senador e líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), protocolou ontem o requerimento para criar a CPI com 31 assinaturas, quatro a mais do que o mínimo necessário de 27. Segundo Randolfe, as investigações estão sob “forte ameaça”. “Em situações normais não necessitaria de uma CPI, mas essa investigação está sob ameaça de interferência do presidente da República”, afirmou o parlamentar.

O ex-ministro da Educação foi preso na semana passada, no âmbito das investigações sobre o chamado "gabinete paralelo" de pastores no MEC, que controlavam a distribuição de verbas a prefeituras, mas foi solto após o desembargador do TRF-1 Ney Bello cassar a prisão preventiva. O escândalo, revelado pelo Estadão, levou à queda de Ribeiro do comando do MEC, em 28 de março. O esquema envolvia a compra de Bíblias em que apareciam fotos do ministro e até mesmo pedidos de pagamento de propina em ouro.

Grampeado pela PF, Ribeiro disse à filha que recebeu ligação do presidente Jair Bolsonaro: "Ele acha que vão fazer uma busca e apreensão em casa", afirmou. O inquérito, que havia sido transferido para a Justiça Federal em Brasília depois que Ribeiro deixou o cargo em março e perdeu o foro privilegiado, foi enviado de volta ao Supremo Tribunal Federal (STF) diante das suspeitas de interferência de Bolsonaro.

Contato: iander.porcella@estadao.com
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