Economia & Mercados
22/02/2022 09:06

‘Já somos o segundo maior comprador de carros do País’, afirma CFO da Movida


Por Juliana Estigarríbia

São Paulo, 21/02/2022 - Em meio à profunda crise de oferta na indústria automotiva, as locadoras de veículos estão readequando a estratégia para dar continuidade às operações e gerar rentabilidade. Nesse contexto, a Movida afirma estar em uma posição privilegiada, com contratos firmados com nove marcas para 2022.

De acordo com o CFO Edmar Lopes, a empresa fez um reposicionamento junto às montadoras para diversificar a fonte de oferta de veículos. Mesmo diante da forte crise de suprimento na indústria - sem horizonte claro de arrefecimento -, a Movida já fechou acordos para o ano-calendário, como ocorreu em 2021.

“Mesmo durante a pandemia, fizemos acordos para o ano com certa flexibilidade de entregas devido às condições de fornecimento das montadoras. Para 2022, fizemos contratos com nove marcas, o que garante suprimento ao longo do ano. Se em um determinado mês não recebermos todo o volume, ajustamos no próximo. Já somos o segundo maior comprador de carros do País”, afirmou o executivo ao Broadcast.

O maior comprador do setor ainda é a Localiza. Lopes disse, porém, que em 2021 a Movida recebeu das montadoras volumes de veículos “muito próximos do esperado”. “De maneira geral, nossa estratégia toda funcionou muito bem e tanto o nível de desconto quanto os prazos de pagamento não sofreram alterações substanciais.”

O executivo afirmou que a companhia teve uma decisão “acertada” e “rápida” em relação às montadoras. “Na pandemia, fomos os primeiros a sair comprando. Também fomos a empresa que mais comprou em termos relativos. Do ponto de vista de estratégia, isso nos trouxe um espaço diferente no mercado.”

A Movida reportou lucro líquido ajustado de R$ 276,7 milhões no quarto trimestre de 2021, recorde para o período e 99,5% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. No consolidado de 2021, o resultado líquido alcançou R$ 819,4 milhões, avanço de 250,8% sobre 2020.

Segundo Lopes, a mudança de hábitos de consumo contribuiu para transformar o setor, com o aluguel de carros da pessoa física passando de dois dias para cinco em tempos de trabalho híbrido. A companhia também acredita no potencial do carro por assinatura.

A Movida aposta em investimentos em inovação para otimizar as operações e ter mais rentabilidade. Nesse cenário, os custos com manutenção da companhia subiram abaixo da inflação, segundo o executivo. “Conseguimos manter a eficiência mesmo em um cenário de inflação e aumento dos preços dos veículos e das peças.”

Para ele, a regularização da oferta das montadoras ainda vai levar um tempo considerável. “Sabemos que não vai ser na primeira metade deste ano, houve uma ruptura na cadeia global, no mínimo será no final deste ano”, observou Lopes. “Mas nós já temos acordos firmados e de maneira geral não prevemos nenhum grande desafio além do que já vivemos até agora, vamos receber carros suficientes para continuar crescendo.”

Contato: juliana.estigarribia@estadao.com
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