Agronegócios
02/08/2017 13:39

Fipe/Chagas: projeção de IPC Este ano sobe de 2,96% para 3,03% por aumento de PIS/Cofins


São Paulo, 02/08/2017 - A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) subiu para 3,03%, de 2,96% anteriormente, segundo o coordenador do índice, André Chagas.

A mudança, explica ele, acontece devido ao impacto altista da elevação da alíquota do PIS/Cofins sobre os combustíveis anunciada no dia 20 do mês passado. Mas, por outro lado, Chagas reduziu algumas estimativas para outros grupos, como Alimentação e Despesas Pessoais, que estão surpreendendo para baixo.

Em julho, quando o indicador teve baixa marginal de 0,01%, Alimentação (-0,26) e Despesas Diversas (0,03%) já ajudaram a segurar a alta proporcionada pelo aumento dos combustíveis. Segundo Chagas, a queda mais surpreendente foi de viagens e excursões (-2,70%), pois julho é um período de forte alta desses preços em função das férias escolares. Ele explica que, o setor até tentou aumentar os preços no mês, conforme se observa na variação da segunda quadrissemana, de alta de 3,15%, mas teve de fazer uma "liquidação" a partir de então diante da ausência de demanda. "O ciclo econômico recessivo não está ajudando o setor de hotelaria."

No acumulado em 12 meses até o mês passado, o IPC-Fipe acumulou 2,10%, a taxa mais baixa desde novembro de 2006 (1,78%), segundo a instituição. "A recessão bastante extensa está provocando esse ajuste forte nos preços."

O único índice que parece resistir é o de serviços destinados às famílias, nomeado de Índice Geral de Serviços (IGS) de serviços de trabalho intensivo, que compreende reparos no domicílio e alimentação fora de casa, por exemplo. Em julho, esse índice subiu 0,37%, de 0,29% em junho, apesar do IGS geral ter desacelerado para alta de 0,08%, de 0,68% no sexto mês do ano, por influência das quedas em administrados. "Não é uma taxa exorbitando (4,3% em 12 meses), mas considerando o que está acontecendo no resto da economia ainda é uma memória inflacionária forte e mais ou menos consistente."

Os administrados, apesar da desaceleração no mês em virtude das contas de luz mais baratas sob incidência de bandeira verde, principalmente, preocupam Chagas. A ausência de chuvas atualmente aumenta o risco de a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acionar a bandeira vermelha patamar 2 na conta de luz, que adiciona R$ 3,50 a cada 100 quilowatt-hora, em setembro. "Isso pode carregar uma memória inflacionária ao longo do ano devido ao forte peso de energia", diz. (Thaís Barcellos - thais.barcellos@estadao.com)
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