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XP: duplicata escritural deve ser significativo para a B3, mas há cautela no curto prazo

22 de setembro de 2025

Por Vinícius Novais

São Paulo, 22/09/2025 – A B3 enfrenta um cenário de desafios e oportunidades em meio às discussões sobre a Duplicata Escritural, cortes na taxa de juros e as eleições que se aproximam, aponta a XP. A empresa vê a Duplicata Escritural como um produto significativo que pode aumentar a segurança jurídica e a liquidez do mercado, além de abrir novas fontes de receita. No entanto, a XP mantém um otimismo cauteloso no curto prazo devido aos desafios de desenvolvimento de um mercado novo.

A expectativa é de que cortes na taxa de juros, previstos para 2026 e 2027, possam beneficiar os volumes da B3. A estratégia de diversificação de receitas da B3 é vista como crucial diante da crescente concorrência.

Para 2026, os analistas Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães esperam um ano positivo para Cash Equities, impulsionado por cortes na taxa de juros e volatilidade eleitoral. No entanto, não se espera um retorno aos níveis de negociação extraordinários vistos durante a pandemia, já que as condições que os impulsionaram dificilmente se repetirão. A XP acredita que o mercado já precificou esse cenário, limitando o potencial de valorização.

O novo modelo de duplicata escritural, que centraliza o registro por uma escrituradora, é visto como um impulsionador de transparência e uso, mas sua implementação será gradual, com regulamentação completa prevista para 2028. A B3 desenvolveu o Monitor de Recebíveis para capturar esse crescimento, mas enfrenta forte competição de players como CERC, TAG e Núclea, o que pode dificultar a conquista de uma alta participação de mercado no curto prazo.

A corretora destaca que a B3 está ciente das ameaças competitivas e, caso um novo CPP se concretize, espera-se um crescimento mais acelerado do mercado geral, embora a participação de mercado do core business da B3 possa sofrer pressão. A empresa já enfrenta desafios em repassar aumentos de preços e taxas em segmentos como o de recebíveis.

Por fim, a XP observa que o mercado já começa a precificar o ciclo de corte de juros, refletido na valorização das ações da B3 em 35% no ano e no múltiplo P/L de 2026 acima da média histórica.

A XP mantém sua recomendação neutra com preço-alvo de R$ 16 por ação, um potencial de valorização de 17,13% ante o último fechamento.

Contato: vinicius.novais@estadao.com

*Conteúdo elaborado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast

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