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4 de setembro de 2025
Por Juliana Garçon*
Ouro Preto, 04/09/2025 – A mineradora Vale anunciou há pouco investimentos de R$ 67 bilhões até 2030 no Estado de Minas Gerais, em evento de inauguração de uma mina de minério de ferro na região de Ouro Preto (MG), na presença do governador Romeu Zema, pré-candidato à Presidência da República pelo Partido Novo.
O anúncio ocorre quase sete meses após o lançamento do programa Novo Carajás, no Pará, de R$ 70 bilhões, na presença do governador paraense Helder Barbalho e do presidente Lula. Minas Gerais e Pará concentram as principais fontes de riqueza da Vale, que explora minério de ferro nos dois Estados.
A gestão do ex-presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, enfrentou dificuldades nas relações com os dois Estados e o governo federal. Já o novo presidente da companhia, Gustavo Pimenta, elegeu o tema das relações institucionais como uma de suas prioridades.
O Broadcast apurou que a Vale convidou o presidente Lula para o evento e que a presença do petista chegou a ser negociada. Mas as agendas se chocaram, Lula participa nesta manhã do lançamento do Programa Gás do Povo, em Belo Horizonte.
Investimento
A maior parte dos R$ 67 bilhões anunciados será destinada a soluções para ampliar a filtragem e o empilhamento a seco do rejeito, com o objetivo de reduzir de 30% para 20% o uso de barragens nas operações da empresa em Minas Gerais.
“Esses projetos oferecerão mais segurança na produção do portfólio de alta qualidade, que requer etapas de concentração do minério, especialmente o pellet feed high grade, essencial para as rotas de redução direta na produção de aço com menor emissão de gases de efeito estufa”, explicou em nota Rogério Nogueira, vice-presidente executivo Comercial e de Desenvolvimento da Vale. “Minas Gerais é estratégico no fornecimento desse produto, contribuindo diretamente para a descarbonização da indústria.”
No mesmo evento, foi inaugurada a mina Capanema, paralisada havia 22 anos. A mina recebeu investimentos de R$ 5,2 bilhões e vai adicionar cerca de 15 milhões de toneladas por ano (Mtpa) à produção de minério da Vale, que tem projeção de 340 a 360 Mtpa em 2026. A adição contribui para a recuperação dos volumes produzidos em Minas Gerais, que despencaram em dezenas de milhões de toneladas após o desastre de Brumadinho, em 2019.
A mineradora informou que “a retomada da operação marca o início de uma nova fase da Vale no Estado”. As relações com Minas foram abaladas pelos acidentes de Mariana (2015) e Brumadinho e por divergências sobre as reparações devidas, principalmente às relativas ao caso mais antigo. Em outubro do ano passado, porém, foi firmado amplo acordo entre a Vale, a Samarco e o BHP Group (BHP) e diversas autoridades públicas.
“Minas Gerais está no centro da transformação da Vale. Temos uma longa história de aprendizados, de uma profunda evolução cultural e, sobretudo, de parceria com os mineiros”, disse Pimenta. “Capanema exemplifica a nova fase da mineração em Minas Gerais e reforça nosso compromisso com um processo produtivo mais responsável, minimamente invasivo e com tecnologia e inovação aplicadas para o melhor aproveitamento dos recursos minerais e para iniciativas de descarbonização”, afirma em nota Pimenta, da Vale.
Os investimentos em Capanema concentraram-se na modernização das instalações e na integração com outras minas da região, para otimizar processos e reduzir impactos ambientais, segundo a Vale.
A unidade vai operar a umidade natural, sem uso de água no processamento e sem gerar rejeito, eliminando a necessidade de barragem. Usará ainda cinco caminhões fora de estrada autônomos e soluções de circularidade, com o reprocessamento de minério de ferro contido em uma antiga pilha de estéril.
As obras duraram cinco anos, envolveram cerca de 40 empresas e mais de 6.000 trabalhadores no pico das atividades, com prioridade para mão de obra local. A operação conta com 800 empregados.
Contato: juliana.garcon@estadao.com
* A repórter viajou a convite da Vale
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