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STF/Dino: Celso de Mello é muito leal ao Tribunal; outros deixam a toga e passam a atacar

11 de setembro de 2025

Por Gabriel Hirabahasi, Lavínia Kaucz e Pepita Ortega

Brasília, 11/09/2025 – O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, criticou ministros aposentados do STF que criticam a atuação dos atuais membros da Suprema Corte. Dino não mencionou nominalmente nenhum dos criticados. O ministro citou o ministro aposentado Celso de Mello, que, segundo ele, “tem sido muito leal” ao Tribunal.

“Quero destacar a figura do nosso decano de antes, Celso de Mello, que tem sido muito leal a esse tribunal. Há pessoas que envergam esta toga e quando a deixam se dedicam a atacar e agredir o tribunal. E isso é uma deslealdade institucional, porque todo mundo que aqui passou, foi com suas virtudes e defeitos, posto que esse não é um tribunal celestial”, disse.

“O ministro Celso de Mello tenho certeza de que não concorda com tudo que fazemos aqui, ainda bem. Mas ele sabe falar quando é necessário falar da sua autoridade de magistrado aposentado, e quando não concorda guarda o recato institucional de quem teve um dia a honra singular de envergar esta toga”, completou.

Dino também defendeu o ministro Alexandre de Moraes e disse que ele paga “preços injustos”. Disse ser “falso” e “mentiroso” os discursos de que Moraes teve “uma indevida utilização de critérios políticos” no julgamento contra Jair Bolsonaro e outros sete réus do núcleo central da trama golpista.

“Ninguém gosta de fazer julgamento criminal. Nunca vi um juiz feliz por pronunciar um veredicto condenatório. Ninguém cumpre esse dever com alegria. É angustiante, é difícil e neste caso, particularmente, o relator tem pago preços injustos. Injustos não por ele, mas pela família dele”, afirmou.

“Desejo que na história do STF não tenhamos de viver outro momento tão difícil como esse”, afirmou, completando que deseja que a política “seja instância de resolução” de conflitos e não de criação de conflitos.

O ministro disse que o resultado de condenação do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) não representa uma “mensagem de enfraquecimento do Congresso”. Disse desejar que não haja mais ações penais como essa contra parlamentares e que “é com nota de lamento que estamos aqui a julgar um deputado federal” Disse mandar uma “mensagem fraterna e de respeito ao Congresso” e reforçou que o Judiciário não é instância de solução de todos os problemas do mundo e que deseja que a política continue viva, como um “coração e pulmão da democracia”.

Contatos: lavinia.kaucz@estadao.com; pepita.ortega@estadao.com; gabriel.hirabahasi@estadao.com

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