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Soja/EarthDaily: déficit hídrico histórico pode atrasar início do plantio em mato Grosso

5 de setembro de 2025

Por Gabriel Azevedo

São Paulo, 05/09/2025 – Mato Grosso, maior produtor de soja do País, registra o menor nível de umidade do solo em 30 anos às vésperas do fim do vazio sanitário, que se encerra em 6 de setembro e libera o início da semeadura da safra 2025/26. Segundo nota divulgada pela EarthDaily Analytics, empresa especializada em monitoramento agrícola por satélite, a estiagem já dura semanas e deve persistir pelo menos até 17 de setembro, de acordo com o modelo europeu ECMWF.

O quadro é agravado por temperaturas acima de 40 graus, que elevam a evapotranspiração e aceleram a perda de água no solo. A condição pode levar produtores a adiar a semeadura, mesmo após o fim do vazio, à espera de chuvas mais consistentes para garantir germinação uniforme.

“Embora a semeadura da soja esteja autorizada a partir da próxima semana em algumas regiões, a persistência do déficit hídrico no solo pode resultar em atraso no início dos trabalhos de campo, já que muitos produtores tendem a aguardar condições mais favoráveis de umidade para garantir uma germinação uniforme”, afirmou o analista de cultura da EarthDaily, Felippe Reis, em nota.

Em contraste, parte de Goiás e da região Sul apresenta níveis satisfatórios de umidade, o que favorece o início do plantio da soja. Já no Paraná, a situação é heterogênea: no norte, onde a semeadura já está autorizada, a umidade permanece abaixo da média e pode alcançar o menor patamar em dez anos, o que tende a atrasar tanto a soja quanto o milho de verão.

Nos últimos dez dias, a maior parte do País registrou chuvas abaixo da média, mantendo o regime seco típico da época. Apenas áreas pontuais do Nordeste, do Sudeste e do Paraná receberam acumulados acima da média, variando de 10 milímetros no interior paulista a 60 mm no leste paranaense.

As previsões indicam manutenção do tempo seco na maior parte do território, com exceção do Sul, especialmente do Rio Grande do Sul, e de áreas do Nordeste. Em Mato Grosso, enquanto o modelo americano GFS aponta possibilidade de precipitações no fim da primeira quinzena de setembro, o europeu ECMWF mantém a tendência de estiagem. Ambos projetam ainda temperaturas acima da média para o Centro-Oeste, Sudeste e Paraná, fator que pode reduzir ainda mais a umidade do solo.

Contato: gabriel.azevedo@estadao.com

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