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10 de setembro de 2025
Por Altamiro Silva Junior
São Paulo, 10/09/2025 – Em menos de uma semana, a Reag Capital Holding, controladora de empresas investigadas pela Polícia Federal na operação Carbono Oculto, e que reúne a oitava maior gestora de recursos do Brasil, fechou acordo para venda de três subsidiárias, encolhendo o tamanho do grupo de forma significativa e em tempo recorde.
O mais recente acordo foi anunciado na manhã desta quarta-feira, com a intenção de venda da Companhia Brasileira de Serviços Financeiros (Ciabrasf), administradora de fundos que chegam a R$ 341 bilhões, para a B100, holding dona da corretora Planner e outras empresas, como a gestora de recursos Reedwood e a ACCredito, empresa de crédito em sociedade com Associação Comercial de São Paulo. Os fundos envolvidos na investigação da PF não entraram no negócio.
Na noite de ontem, a Reag anunciou a assinatura de memorando de entendimento para a venda da controlada Empírica ao grupo SRM, em um negócio que pode chegar a R$ 75 milhões, dependendo do desempenho futuro da empresa adquirida. Curiosamente, a SRM também tem Mansur na família, controladas pelos irmãos Salim e Marcos Mansur. Mas não há qualquer vínculo com o fundador da Reag, João Carlos Mansur. A SRM é forte na gestão de fundos de crédito, principalmente fundos de recebíveis (FIDC).
No último domingo, foram assinados documentos para a venda da Reag Investimentos, a gestora de recursos do grupo, oitava maior do país e que teve a entrada da PF em sua sede no último dia 4 na Faria Lima. A gestora chegou a ser oferecida a alguns participantes do mercado, mas acabou ficando com um grupo de funcionários, que comprou 87,38%.
Na transação, a gestora foi avaliada em R$ 100 milhões, mas o pagamento pela aquisição será feito com base em desempenho de métricas futuras, cláusula chamada de earn-out no mercado de fusões e aquisições. Na Ciabrasf também há esse componente e as partes não revelaram outros valores envolvidos nos negócios.
João Carlos Mansur da Reag, que já foi diretor da WTorre e na época um dos que cuidou do projeto para criar o Allianz Parque, é a pessoa que tem tocado pessoalmente as negociações. Foi ele que procurou a Planner, que logo se interessou pela Ciabrasf, por conta da complementaridade com outros negócios do grupo, que tem também uma corretora nos Estados Unidos.
A B100 tem 60 dias para fazer as diligências na Ciabrasf, mas de acordo com fontes, existe a possibilidade de um acordo final ser assinado antes, considerando que a empresa é listada no Novo Mercado da B3 e já tem uma série de documentos abertos. Com mais de R$ 340 bilhões em fundos administrados, a Ciabrasf é a maior provedora independente de soluções fiduciárias do Brasil, os serviços que fazem toda a parte burocrática para os fundos de investimento. Devem ser adquiridos cerca de 97% das ações da companhia que está com a Reag.
Caso a transação se confirme, os atuais controladores da Ciabrasf deixam a companhia. O time da administradora deve ser mantido. A Ciabrasf também deve continuar listada na B3, de acordo com fontes. No futuro, ela pode funcionar como um veículo para a listagem da própria B100.
A Ciabrasf passou a ser listada na B3 em março deste ano, dois meses depois de a Reag Capital Holding também se listar, por meio de um “Ipo reverso”, quando uma empresa ao invés de fazer uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) para entrar na bolsa, faz a aquisição de uma companhia já listada. Neste caso, o grupo comprou a GetNinjas, que fez seu IPO em 2021.
Após a aquisição da GetNinjas, e aprovações de acionistas, a empresa foi cindida em duas, e uma delas virou a Reag Trust, rebatizada em seguida como o Ciabrasf, e a outra a Revee, focada em soluções de infraestrutura para o setor de entretenimento, que estreou na B3 em maio. A Revee não entrou no negócio com a B100.
Desde o último dia 4, quando a PF e a Receita Federal anunciaram a Carbono Oculto e bateram na porta da Reag, banqueiros e outras fontes da Faria Lima vinham falando que era preciso buscar uma solução rápida para a Reag e suas empresas, de modo a se evitar uma contaminação de todos os ativos em meio aos problemas de imagem e reputação gerados pelo anúncio das investigações. Muitos bancos e gestoras estrangeiras, por causa de seus compliances, não poderia sequer olhar os negócios, por parte estar em investigação policial.
Contato: altamiro.junior@estadao.com
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