Por Pedro Lima
São Paulo, 14/10/2025 – O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, destacou hoje a importância do balanço patrimonial da instituição como ferramenta essencial de política monetária, especialmente em momentos de crise e de taxas próximas a zero. Em discurso durante o encontro anual da National Association for Business Economics (NABE), ele explicou que o balanço do Fed soma atualmente cerca de US$ 6,5 trilhões em passivos, sendo 95% compostos por três itens principais: notas do Fed (moeda física), reservas bancárias e a conta geral do Tesouro americano.
Segundo Powell, as reservas – que somam US$ 3 trilhões – são “o ativo mais seguro e líquido do sistema financeiro” e “apenas o Fed pode criá-las”. Ele afirmou que o fornecimento adequado dessas reservas é “essencial para a segurança do sistema bancário, a eficiência dos pagamentos e a estabilidade da economia”. Do lado dos ativos, o balanço é composto majoritariamente por US$ 4,2 trilhões em títulos do Tesouro e US$ 2,1 trilhões em títulos hipotecários garantidos por agências governamentais.
Powell destacou que, durante a crise de 2020, o balanço do Fed foi usado de forma decisiva para evitar o colapso dos mercados e sustentar a recuperação econômica. O banco central criou linhas emergenciais de liquidez que ultrapassaram US$ 200 bilhões e realizou compras em larga escala de Treasuries e títulos hipotecários “a um ritmo extraordinário”, quando o mercado de Treasuries esteve “à beira do colapso”.
Essas medidas foram fundamentais, segundo ele, para “restaurar a confiança e a estabilidade financeira” e garantir o fluxo de crédito a famílias e empresas. Powell reconheceu, contudo, que o Fed “poderia – e talvez devesse – ter encerrado as compras de ativos mais cedo”, mas afirmou que as decisões buscavam atuar como um seguro contra riscos de queda. A experiência desde então, disse, mostra que o banco central pode ser “mais ágil e mais confiante na comunicação com o mercado”.
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