Por Pepita Ortega e Isadora Duarte
Brasília, 23/09/2025 – O relator da reforma administrativa na Câmara dos Deputados, Pedro Paulo (PSD-RJ), indicou esperar que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), autorize a divulgação da íntegra do texto, para que os parlamentares tenham conhecimento dos detalhes na proposta “na vírgula”. O deputado sinalizou ainda que a estratégia legislativa para a tramitação do texto, se em Comissão Especial ou se com a tentativa de um acordo para apreciação direta no Plenário, só será definida após a Casa sair da “agenda pesada”.
O parlamentar participou no início da tarde desta terça, 23 de reunião promovida pela Frente Parlamentar da Agropecuária, detalhando os pontos principais da reforma que tem sido divulgados desde a retomada dos trabalhos da Câmara no segundo semestre. O pacote da reforma contará com uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), uma proposta de lei complementária e um projeto de lei ordinário que “vão no coração da produtividade do Estado”, segundo o relator.
Após o evento, Pedro Paulo disse a jornalistas que considera que Motta está “esperando” passar a votação da dosimetria – antes anistia – e a “definição” sobre a PEC da Blindagem no Senado para liberar a apresentação do texto da reforma e então dar início a uma “estratégia legislativa” para a tramitação. “Vamos criar uma comissão especial? Vamos trabalhar isso e construir, com o apoio das lideranças, um texto já direto para o Plenário? Essas são estratégias que nós vamos definir saindo dessa agenda pesada que o Parlamento está vivendo”, ponderou.
O deputado deu ênfase conversas que mantém diariamente com interessados na reforma, como a família forense – atingida pelo eixo dos “privilégios” da reforma – para tratar do “texto possível”. Pedro Paulo disse buscar evitar que o debate da reforma “vire uma guerra de lobbies e que paralise um avanço do tema”.
Em sua avaliação, a “firme convicção” de Motta em torno da pauta tem feito as “instituições se movimentarem” por entenderem que “agora é para valer, vai sair, sim, algum texto”. “Tive conversas com todas essas instituições para que elas entendam o seguinte: será aprovada uma reforma, e reforma todo mundo tem que estar dentro, não é reforma só para uma e para outra. Então tenho percebido a vontade de querer negociar proposta, negociar texto. Acredito que tem grandes chances de a gente construir algo de consenso e entregar ao país uma baita reforma administrativa”, destacou.
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