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12 de setembro de 2025
Por Juliana Garçon e Talita Nascimento
Rio e São Paulo, 12/09/2025 – Num momento em que mineradoras globais se movimentam em fusões e aquisições para garantir as reservas de minerais críticos para a transição energética, a Vale, principal produtora de cobre no Brasil, planeja dobrar a produção até 2035, apoiada no crescimento orgânico, com os ativos de que já dispõe. O país dispõe de poucos projetos voltados ao metal vermelho porque não foram localizadas novas reservas com volume e pureza que viabilizem empreendimentos de grande porte.
O presidente da Vale, Gustavo Pimenta, afirmou recentemente que a companhia ficou para trás na corrida do cobre. Ainda assim, a mineradora reduziu o capex para o segmento de metais para transição – rubrica que inclui o negócio de níquel – de US$ 2 bilhões para US$ 1,7 bilhão e aposta no desenvolvimento de seu potencial. No Brasil, a Vale tem duas minas de cobre em produção, Sossego e Salobo, no Pará. Além disso, tem outras no Canadá.
“Nossa oportunidade está mais em desenvolver o nosso potencial minerário do que fazer, eventualmente, uma transação como essa”, afirmou Pimenta, em referência à fusão entre Anglo American e Teck Resources, que cria uma das líderes mundiais em cobre .
Investimentos no Brasil
A expansão dos investimentos em cobre no Brasil é limitada, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). O setor de cobre aumentou consideravelmente (63%) seu faturamento no primeiro semestre de 2025, ante o ano anterior, com R$ 14,6 bilhões, de acordo com estudo da entidade. As exportações cresceram 14,4% para US$ 2,1 bilhões no mesmo período. Mas a previsão de investimentos avançou pouco: 8,4%, chegando a US$ 7,3 bilhões, para o período de 2025-2029 ante 2024-2028.
Segundo o consultor e sócio da A&M Infra, Rafael Marchi, o país não identificou recentemente reservas “de classe mundial” – em volume e qualidade do metal – que encorajassem novos investimentos de empresas de grande porte.
“A reserva brasileira é pequena em relação à do Chile e do Peru”, comentou. A maior parte do cobre explorado no Brasil atualmente está concentrado nas minas da Vale em Carajás (PA); da Ero Copper e Corex Holding/Oz Minerals no Pará; da Ero Copper, na Bahia; e da Lunding Mining, em Goiás.
No caso da Vale, o analista do Itaú BBA, Daniel Sasson avalia que os ativos de cobre detidos pela empresa são de qualidade. “São ativos realmente muito bons, que são capazes de competir com quaisquer outras operações de cobre no mundo”, frisou, lembrando que o crescimento orgânico – no qual a Vale aposta – costuma ser mais lento do que por M&A.
Os movimentos para aumento da oferta de cobre se dão num momento em que a demanda está menos vigorosa do que o esperado, devido à desaceleração da China e avanço dos carros elétricos menos veloz que o previsto. Os prêmios sobre o preço da commodity não têm sido realizados, comentou Pimenta.
O presidente da Vale, porém, se mostrou otimista em relação ao futuro de negócio de cobre. A jornalistas, contou que, em visita a clientes na China e no Japão, verificou o compromisso com a pauta da descarbonização, que passa pela transição energética e o uso de cobre, entre outros minerais críticos.
“A questão é como fazer essa transição de forma econômica, em que a alocação de capital tenha retorno adequado. Todos os clientes vêm pensando nisso e para isso dependem eventualmente de uma aceleração dos prêmios relativos aos produtos mais verdes, que não está acontecendo no momento zero”, afirmou o executivo.
Contato: juliana.garcon@estadao.com; talita.ferrari@estadao.com
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