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7 de outubro de 2025
Por Daniel Tozzi e Francisco Carlos de Assis
São Paulo, 7/10/2025 – A economia dos Estados Unidos neste e no próximo ano seguirá sendo a “bússola” para o restante do mundo, avaliou a economista-chefe da Lifetime, Marcela Kawauti, nesta terça-feira, em encontro com jornalistas na sede da gestora, em São Paulo. Ela destaca, no entanto, que o “vai e vem” da política tarifária americana segue aumentando a incerteza global, o que significa menos investimentos e, consequentemente, crescimentos econômicos mais modestos e inflação maior.
Durante encontro com jornalistas, a economista apresentou um gráfico com dados divulgados pela revista The Economist mostrando que o tarifaço do presidente Donald Trump gerou mais incerteza global do que episódios como o início da pandemia, em 2020.
Outro elemento de volatilidade para os mercados foi, segundo ela, a quantidade de ordens executivas assinadas por Trump. Só neste ano, entre janeiro e setembro, o atual mandatário da Casa Branca editou 207 ordens, que são semelhantes aos decretos presidenciais no Brasil. Esse número já supera, por exemplo, a média dos últimos presidentes americanos que assinaram 147 documentos do tipo ao longo de todo o mandato, de quatro anos.
Especificamente em relação à política tarifária, Kawauti destaca que a tarifa média de importação nos EUA era de 2,4% em dezembro de 2024. Essa alíquota subiu para 27,9% em abril, após o “Liberation Day” de Trump, mas vem caindo nos últimos meses em meio às negociações bilaterais, atingindo 17,9% no início de outubro.
“O mundo todo, mas principalmente os Estados Unidos, com tanta incerteza, entraram em um modo de segurar a respiração. Se eu tenho algum projeto, por exemplo, não sei que número colocar na planilha, então eu espero até colocar esse projeto em prática”, exemplificou.
O cenário conturbado, seguiu a economista, levou à moderação nas previsões de crescimento dos EUA não só por parte do mercado, mas do Fundo Monetário Internacional (FMI), que em seu último relatório reduziu de 2,7% para 1,9% a expectativa de expansão do PIB americano de 2026 e de 3,3% para 3% a projeção para o PIB global. “Ou seja, os EUA são quem mais vai sofrer. Crescer perto de 2% não é exatamente o pior dos mundos, mas é um equilíbrio pior do que havia antes”, avalia a economista.
Somado a isso, Kawauti lembra que há ainda outros dois focos de incerteza nos Estados Unidos. O primeiro é o embate entre os poderes Executivo e Legislativo a respeito do crescimento da dívida pública e o orçamento de 2026, que ainda não foi endereçado, o que levou à paralisação da máquina pública americana na semana passada.
O outro ponto é a sucessão no comando do Federal Reserve (Fed, o BC americano), com o fim do mandato do atual presidente, Jerome Powell, no próximo mês de maio. O receio é que a indicação de Trump para ocupar a vaga seja a de alguém com viés menos técnico e mais político.
Contato: daniel.mendes@estadao.com; francisco.assis@estadao.com
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