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JPMorgan eleva recomendação de Isa Energia e vê potencial de alta com catalisadores regulatórios

15 de dezembro de 2025

Por Crisley Santana*

São Paulo, 15/12/2025 – O JPMorgan elevou a recomendação para Isa Energia de neutra para overweight (equivalente à compra), movimento que, segundo a instituição, reflete uma mudança na assimetria de riscos a favor da companhia.

Os analistas Arthur Pereira e Victor Burke lembram que as ações da empresa acumulam queda de 30% em relação ao índice UTIL e desempenho em linha com o Ibovespa no ano, condição que, combinada a um posicionamento considerado leve após o recente rali do setor de utilities, abre espaço para valorização.

O banco sustenta que o mercado ainda não precifica três gatilhos de alta: potenciais decisões regulatórias que adicionariam cerca de 3% ao valor presente líquido (NPV), eventuais vitórias em litígios capazes de gerar ganho de 23% a 33% de NPV e um cenário macroeconômico de cortes de juros, em que cada redução de 100 pontos-base na Selic projeta acréscimo de 3% no lucro por ação estimado para 2026-2027. Somados, esses fatores, argumenta o J.P. Morgan, não se refletem no retorno interno real de 9,8% do caso-base, nível que o banco não considera exigente para um papel “atrasado” no setor.

No cenário principal, o preço-alvo passa a ser R$ 30 por ação ao fim de 2026, com potencial de retorno total próximo de 20%, porcentagem que tampouco incorpora o eventual ganho de 30% de NPV proveniente dos dois primeiros catalisadores. Esse caso assume pagamentos anuais de R$ 200 milhões à Fazenda de São Paulo pelos próximos sete anos, capex de reforço de R$ 1,8 bilhão ao ano, ausência de eficiência adicional em relação ao parâmetro da Aneel e alavancagem superior a 80% sobre o investimento.

O relatório destaca ainda um cenário otimista no qual a taxa interna de retorno real subiria para 16,8 % e o upside ultrapassaria 70%. Para tanto, seria preciso um desfecho favorável no litígio do fundo de pensão – impacto de aproximadamente 30% de NPV -, a compensação por investimentos realizados entre 2000 e 2012 (+3% de NPV), capex anual de R$ 2 bilhões e redução de 100 pontos-base no custo do capital próprio e da dívida.

Na hipótese pessimista, a Isa Energia operaria com retorno interno real de 6,2% e queda potencial de 25%. Esse quadro pressupõe desembolsos de R$ 200 milhões por dez anos no litígio paulista, ausência de benefício fiscal sobre juros sobre capital próprio (-8% de NPV), diminuição de 100 pontos-base no WACC regulatório para projetos brownfield (-4% de NPV) e elevação de 100 pontos-base no custo de capital próprio e no da dívida.

Entre os riscos de baixa, o JPMorgan lista a alavancagem prevista em torno de quatro vezes dívida líquida sobre Ebitda entre 2026 e 2029 e o possível excesso de oferta de ações decorrente da participação de 21% detida pela Axia, cujo interesse em desinvestir já foi sinalizado. Apesar dessas preocupações, o banco considera que a combinação de fatores regulatórios, macroeconômicos e jurídicos sustenta a percepção de que o momento atual oferece mais oportunidades do que ameaças para a Isa Energia.

Contato: crisley.santana@estadao.com

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast

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