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IBP: Rio Pipeline & Logistics 2025 busca R$ 1,4 bi para eficiência logística e descarbonização

8 de setembro de 2025

Por Gabriela da Cunha

Rio, 08/09/2025 – A Rio Pipeline & Logistics 2025, que abre amanhã (9) no Rio, quer provar que a integração rodoviária, ferroviária, hidroviária e dutoviária pode reduzir custos, cortar emissões e gerar ganhos sociais. A construção desse resultado, no entanto, exige mobilizar cerca de R$ 1,4 bilhão, de acordo com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).

“A logística brasileira tem espaço e necessidade de ser mais eficiente na sua operação, mas estamos um pouco distantes do investimento necessário para que haja a redução de custo unitário sem, necessariamente, implicar em aumento de movimentação OPEX (despesa operacional)”, comenta Ana Mandelli, diretora de Downstream do IBP, que organiza o congresso.

“Ainda precisamos de mais segurança jurídica, um ambiente regulatório mais estável e uma melhoria no ambiente de negócios, com linhas de crédito do governo a juros mais acessíveis”, complementa.

Atualmente, o caminho mais viável para avançar na eficiência logística são as parcerias público-privadas e as concessões, avalia a diretora do IBP.

“O Brasil tem grandes desafios sociais e um desafio fiscal que não é pequeno. A entrada da iniciativa privada nesses modais é extremamente benéfica porque traz um retorno mais rápido para a sociedade.”

No evento, a Arena de Logística será o ponto de encontro para promover conexões entre empresas, fornecedores e profissionais interessados em ampliar a eficiência nos grandes projetos intermodais.

Já na esfera federal, Mandelli destaca que há tentativas de destravar algumas concessões, com “muita gente competente envolvida”, mas pondera que isso também depende de boa articulação com o Legislativo. “Essa composição mais política [no atual governo] poderia ter sido melhor para que não tivéssemos atrasos como no caso da Hidrovia do Rio Madeira.”

Só na semana passada o presidente Lula incluiu a hidrovia que liga Porto Velho (RO) a Itacoatiara (AM) no Programa Nacional de Desestatização (PND). Os estudos para a concessão foram apresentados em junho de 2024.

Tripé de resultados

O evento, que vai reunir mais de 60 empresas de todos os elos da cadeia de valor, atinge seu maior porte em 2025, com a expectativa de que números já conhecidos no setor também se tornem mais evidentes para a população em geral.

“Ao adotar modais de alta volumetria, a descarbonização está no centro do resultado. O transporte por dutos representa uma redução da emissão de gases de efeito estufa acima de 90%, por exemplo”, observa Mandelli.

“Tivemos dois anos de problemas de seca no Norte, que trouxeram complexidade para o abastecimento em alguns locais e que se traduziram em mais custos para a população em outros”, lembra.

A integração dos modais também se traduz em mais responsabilidade social com os trabalhadores, aponta. “Hoje os caminhoneiros passam até uma semana viajando para uma entrega e muitos não querem mais continuar na profissão por causa disso”, ressalta.

A programação do Rio Pipeline & Logistics se estende até quinta-feira e contempla debates sobre Portos e Terminais, Transição Energética, Transformação Digital, entre outros.

Contato: gabriela.cunha@estadao.com

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