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30 de outubro de 2025
Por Mariana Carneiro e Alvaro Gribel, do Estadão
Brasília, 30/10/2025 – O governo fechou um acordo com os membros da comissão especial que analisa a Medida Provisória 1304, que propõe a reorganização do setor elétrico, para retirar a previsão de compra compulsória de energia gerada por termelétricas a gás instaladas em Estados selecionados. A geração de usinas movidas a carvão, no entanto, foi preservada.
A opção beneficia principalmente o grupo J&F, que adquiriu a usina de Candiota (RS), movida a carvão, cujos contratos de venda de energia estavam prestes a expirar. Com a autorização prevista na MP, Candiota poderá continuar gerando energia até 2040, e sua produção será comprada como energia firme (de reserva) para o sistema.
O trecho que tratava da compra compulsória de 4.250 MW de termelétricas a gás, geradas a partir de Estados selecionados, alguns deles onde sequer há o combustível ou usinas instaladas, caiu. A iniciativa beneficiaria principalmente distribuidoras em que o empresário Carlos Suarez, apelidado de Rei do Gás, é sócio.
Durante a discussão do tema na comissão, nesta quinta-feira, 30, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) observou que a contratação das térmicas está prevista em um trecho de outra lei, a das eólicas offshore, que foi vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas ainda não apreciado pelo Congresso. Ou seja, há risco de que esse trecho retorne quando da votação do veto presidencial.
O senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator da MP, afirmou que alteração foi feita a pedido do governo e de lideranças partidárias e que, por ele, a previsão de compra de energia de termelétricas a gás permaneceria.
“O sistema precisa de energia firme, porque o sistema está desbalanceado elétrica e energeticamente, portanto nós precisamos de energia firme, sob pena de termos um colapso no sistema elétrico, mas isso vai ser decidido democraticamente na votação do veto”, disse Braga.
O texto da MP foi aprovado na comissão com 22 votos a favor e 2 contra. Ela deve ser votada ainda nesta quinta-feira no plenário da Câmara, segundo o presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). Segundo ele, o texto também deverá ser votado no Senado ainda nesta quinta-feira.
Petrobras perde disputa e prevalece mudança em royalties
Não fez parte do acordo do governo com os parlamentares pedido da Petrobras para brecar uma alteração na forma de calcular os royalties e participações especiais na exploração de petróleo.
Braga incluiu em seu relatório a previsão de abandonar o conceito do chamado preço de referência e adotar, no cálculo do pagamento pelas petroleiras, o valor de venda do barril de petróleo.
O argumento do senador é que isso tende a aumentar a arrecadação do governo e de Estados e municípios que recebem royalties pela exploração no Brasil.
Mas a Petrobras alegou, nos bastidores, que isso afetará seus resultados, prejudicando sua capacidade de investir e o pagamento de dividendos à União.
Como mostrou o Estadão, a redação dividiu o governo e afeta a Petrobras. A Fazenda apoiou a mudanças, antevendo ganhos via royalties e participações especiais. Já a Casa Civil se posicionou contra, em razão da necessidade de investimentos da Petrobras, sobretudo na Foz do Amazonas.
Na falta de consenso, prevaleceu o entendimento de Braga. Interlocutores do governo afirmam que, se até o final da tramitação, esse trecho permanecer, haverá uma discussão intensa sobre o veto de Lula para atender à Petrobras.
Questionado sobre o assunto, Braga fez crítica à estatal.
“A Petrobras é uma nação nem sempre aliada, não é?”, afirmou.
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