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Governo brasileiro quer reunião com EUA em no máximo duas semanas para discutir tarifaço

3 de novembro de 2025

Por Gabriel Hirabahasi

O governo brasileiro quer se reunir com os Estados Unidos em no máximo duas semanas para dar andamento às negociações envolvendo o tarifaço imposto aos produtos importados do Brasil, apurou o Broadcast Político. A ideia é que a reunião possa acontecer já na próxima semana ou no mais tardar na seguinte.

A ideia do governo brasileiro é que a delegação seja composta pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará em Belém na próxima semana para eventos relacionados à COP 30. Deve voltar a Brasília depois do dia 10 de novembro.

As negociações para que o encontro aconteça estão em andamento e o governo brasileiro aguarda, no momento, um sinal dos Estados Unidos para que a comitiva se dirija a Washington. No último domingo, 26, Lula se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia. Acertaram que seus auxiliares manteriam contato nas próximas semanas para dar andamento às tratativas.

A ideia do Palácio do Planalto é evitar que essa negociação se prolongue. Não há intenção, por exemplo, de adiar as tratativas para o ano que vem, de acordo com as fontes ouvidas pela reportagem. O governo pretende ter um resultado sobre o caso ainda neste ano.

A principal dúvida entre diplomatas brasileiros e integrantes do Palácio do Planalto é sobre o que os Estados Unidos cobrarão para retirar os 40% de tarifa sobre os produtos brasileiros (já que os 10% aplicados a todos os países já são dados como inegociáveis).

Na conversa de Trump com Lula e no encontro que integrantes das duas delegações tiveram no dia seguinte, os temas terras raras, minerais críticos e Brics não foram abordados, apurou o Broadcast Político. Ao mesmo tempo, consideram que esse é um ponto que pode ser incluído nas tratativas nas próximas semanas – o que não significa, necessariamente, que as demandas dos norte-americanos serão plenamente atendidas.

Os dois principais pontos abordados nas conversas na Malásia, apurou o Broadcast Político, foram questões comerciais e tarifárias envolvendo o etanol e as plataformas digitais. Os dois assuntos, porém, foram trazidos en passant pelos norte-americanos. A forma como isso foi levado na reunião deu a integrantes da comitiva brasileira a impressão de que ainda não há definição do lado dos Estados Unidos sobre quais serão as demandas daqui para frente.

Segundo fontes ouvidas pela reportagem, Jair Bolsonaro e sua situação jurídica tampouco foram discutidos em nenhum momento. Há uma impressão cristalizada entre integrantes do governo brasileiro de que esse assunto está fora da discussão, uma vez que não foi levantado por Trump e seus auxiliares em nenhum momento das conversas até aqui.

O norte-americano e Lula já se encontraram brevemente na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, falaram por telefone em seguida, e depois tiveram uma reunião mais alentada em Kuala Lumpur. Bolsonaro não foi mencionado em nenhum dos três encontros. Isso tem sido entendido pelo lado brasileiro como se o problema apontado inicialmente pelo governo dos Estados Unidos em relação ao ex-presidente não existisse mais.

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