Por Tânia Rabello
São Paulo, 07/11/2025 – A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) celebrou há pouco, em nota, a reabertura do mercado chinês à carne de frango do Brasil, anunciada oficialmente nesta sexta-feira (7) pela Administração Geral das Alfândegas da China (GACC). Para a entidade, a decisão é resultado direto da “competência técnica e diplomática do Brasil”, em um esforço conjunto que envolveu o Ministério da Agricultura, o Itamaraty, e o setor privado. A retomada também contou com apoio direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em 11 de agosto, pediu pessoalmente ao presidente Xi Jinping que reabrisse o mercado durante uma conversa telefônica – lembrando que o Brasil é o principal fornecedor de pés de frango à China, comércio que movimenta cerca de US$ 1 bilhão por ano.
A suspensão havia sido imposta em 16 de maio, após a confirmação do único foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em plantel comercial no País, no município de Montenegro (RS). Segundo a ABPA, o foco foi rapidamente controlado e erradicado, permitindo que o Brasil recuperasse em curto prazo o status de livre de IAAP reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
O comunicado da GACC informa que, “com base nos resultados da análise de risco”, a proibição está suspensa a partir da data do anúncio, datado de 31 de outubro, mas divulgado publicamente apenas hoje. Fontes informaram que a decisão já havia sido tomada há mais de uma semana, aguardando apenas a deliberação final do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China.
O presidente da ABPA, Ricardo Santin, destacou o “amplo e altamente profissional trabalho de negociação” conduzido pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, com apoio de seus secretários Luís Rua (Relações e Comércio Internacional) e Carlos Goulart (Defesa Agropecuária). “Houve um intenso esforço diplomático e técnico articulado entre governo e setor privado. A reabertura da China coroa o sucesso dessa grande ação conjunta”, afirmou.
Até a suspensão, a China era o maior comprador de carne de frango brasileira, responsável por cerca de 13% dos embarques. Entre janeiro e maio deste ano, o país importou 228,2 mil toneladas, movimentando US$ 545,8 milhões. Em 2024, o Brasil havia exportado 561 mil toneladas do produto ao mercado chinês, com receita de US$ 1,288 bilhão, segundo dados do Agrostat.
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