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18 de dezembro de 2025
Por Geovani Bucci
Durante almoço com empresários promovido pelo empresário Gabriel Rocha, sobrinho de Flávio Rocha do Grupo Guararapes (Riachuelo), nesta quarta-feira, 17, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) procurou consolidar a sua pré-candidatura à Presidência da República e acalmar o mercado financeiro diante do nervosismo em relação ao seu nome e a preferência do setor pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como candidato.
O evento, inicialmente previsto para meio-dia, teve início por volta de 15h10. Flávio demorou a chegar devido sua participação na sessão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado sobre o projeto de lei da Dosimetria. Questões do tempo também foram apontadas como motivo. Vários empresários deixaram a reunião antes do senador comparecer por causa do atraso de mais de três horas. Aproximadamente 30 dos 50 executivos convidados ainda estavam na residência, localizada no Bairro Jardins, da capital paulista.
Segundo participantes ouvidos pelo Broadcast Político, Flávio fez uma exposição inicial e, em seguida, abriu espaço para perguntas. Um representante do setor de restaurantes avaliou que o filho “zero um” de Bolsonaro demonstrou convicção ao tratar da disputa presidencial e afastou qualquer sinal de recuo. Para ele, o senador reforçou a ideia de se apresentar como um “Bolsonaro mais moderado”, capaz de dialogar com eleitores que hoje não se identificam com os polos mais radicalizados do espectro político.
Flávio apresentou os eixos do que classificou como uma agenda liberal, com ênfase na redução de impostos e numa formação antecipada de uma equipe econômica, antes mesmo do período eleitoral. No entanto, evitou especulações sobre formação de chapa ou nomes para um eventual ministério, ponderando que o debate ainda é prematuro. Também destacou que o cenário eleitoral a um ano do pleito tende a ser substancialmente diferente do quadro no momento da votação.
Segundo relatos, o senador afirmou que o bolsonarismo parte hoje de um patamar eleitoral em torno de 20% e avaliou que há espaço para crescimento a partir de um discurso mais moderado e da ampliação do diálogo com setores que hoje mantêm resistência ao campo da direita.
O senador compartilhou a análise de que parte de sua rejeição decorre do fato de ainda ser pouco conhecido nacionalmente e afirmou acreditar que esse índice pode ser revertido à medida que se apresente ao eleitorado. Flávio procurou se diferenciar do estilo do ex-presidente ao afirmar que aprendeu com erros do governo passado e que pretende adotar uma postura mais institucional, explorando seu trânsito no Congresso Nacional e sua experiência na política.
Segurança pública e economia foram apontadas pelo senador como pilares centrais de sua eventual candidatura. De acordo com relatos, Flávio defendeu uma atuação mais arrojada na área de segurança, chegando a citar a experiência de El Salvador como referência, em menção ao modelo adotado pelo presidente Nayib Bukele. No campo econômico, o senador buscou sinalizar previsibilidade e compromisso com uma agenda pró-mercado, discurso que foi visto como uma surpresa positiva por parte dos empresários.
Sobre Tarcísio, Flávio o classificou como “grande amigo’ e ator relevante por liderar o maior colégio eleitoral do País. Ele teria ressaltado a relação próxima entre ambos e negado qualquer disputa interna, afirmando que notícias sobre atritos não refletem a realidade. Também mencionou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e afirmou que demais governadores do campo da direita tendem a caminhar juntos em algum momento do processo eleitoral, seja no primeiro, seja no segundo turno.
Outro empresário, do setor de mídia, afirmou que o encontro refletiu a busca do empresariado por maior clareza de rumo político e liderança. Ainda de acordo com esse relato, houve a avaliação de que São Paulo precisa da permanência de Tarcísio no governo estadual, percepção compartilhada por parte dos presentes.
Por se tratar de um governo com equilíbrio fiscal e “sem escândalos de corrupção”, a percepção demonstrada na reunião foi de que uma eventual saída de Tarcísio do Palácio dos Bandeirantes envolveria riscos políticos. A hipótese é que a sucessão poderia abrir espaço para o governo federal crescer, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que pode ser candidato ao governo do Estado. Esse cenário inspirou cautela sobre a eventual saída ou não do atual chefe do Executivo paulista.
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