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Fechamento câmbio: Dólar tem leve queda e fecha abaixo de R$ 5,40 em pregão de ajustes

24 de novembro de 2025

Por Antonio Perez

São Paulo, 24/11/2025 – O dólar encerrou a sessão desta segunda-feira, 24, em leve queda no mercado local e abaixo do nível de R$ 5,40. Operadores afirmam que o pregão foi marcado por ajustes finos e certa acomodação, após a moeda americana ter subido quase 2% na semana passada em razão da arrancada na sexta-feira.

Questões domésticas, como a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro no fim de semana, ficaram em segundo plano. As atenções seguem voltadas ao aumento das apostas em corte de juros nos EUA em dezembro, na esteira de declarações mais amenas de dirigentes do Federal Reserve nos últimos dias.

Com mínima a R$ 5,3792, o dólar à vista fechou em queda de 0,12%, a R$ 5,3950. A divisa ainda apresenta leve alta (0,27%) em novembro, após ter avançado 1,08% em outubro. No ano, as perdas são de 12,71%.

O head de banking da EQI Investimentos, Alexandre Viotto, lembra que o avanço do dólar para mais de R$ 5,40 na sexta-feira refletiu em grande parte a valorização da moeda americana no exterior na quinta-feira, após dados mistos do payroll de setembro. Na ocasião, não houve negócios no mercado local, fechado em razão do feriado do Dia da Consciência Negra.

“Depois desse movimento mais forte no fim da semana passada, o mercado está meio de lado hoje. A postura é de compasso de espera pelos indicadores americanos que vão sair nos próximos dias. Uma parte do mercado aposta que o Fed vai esperar até janeiro para voltar a cortar os juros”, afirma Viotto.

Investidores aguardam a divulgação de mais dados que ficaram represados durante o shutdown de 43 dias, o maior da história dos EUA. Amanhã, sai o índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) e as vendas no varejo referentes a setembro.

Pela manhã, o diretor do Federal Reserve (Fed) Christopher Waller defendeu, em entrevista à Fox Business, corte de juros em dezembro, dadas as preocupações com o mercado de trabalho. Waller, cotado para substituir Powell no comando do Fed, disse que teve uma “ótima reunião” com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, responsável por sabatinar os candidatos.

No exterior, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes – operou ao redor da estabilidade, ainda acima dos 100,000 pontos. Destaques para a queda de cerca de 0,20% do iene, devolvendo parte da alta de mais de 0,60% na sexta-feira, quando autoridades japonesas sinalizaram que poderiam intervir no mercado de câmbio.

Investidores ainda tentam aquilatar os impactos do pacote fiscal da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre atividade e inflação. Uma rodada de apreciação do iene, vista como pouco provável no momento, poderia levar a um desmonte parcial de operações de carry trade com divisas latino-americanas.

Além dos indicadores americanos e do comportamento do iene, Viotto, da EQI Investimentos, afirma que o mercado de câmbio local está atento aos impactos fiscais da chamada “pauta-bomba” no Senado. Trata-se de uma eventual votação do projeto de lei complementar que regulamenta a aposentadoria especial dos Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias, aprovado pela Câmara no início de outubro.

Do lado do fluxo, Viotto afirma que há um movimento de remessas ao exterior em linha com o tradicionalmente observado nesta época do ano. “Não vemos por enquanto nada parecido com a corrida para tirar recursos do país que observamos em 2025”, afirma o head de banking da EQI, que vê dólar a R$ 5,50 no fim do ano, dada a sazonalidade negativa do fluxo.

Pela manhã, o Banco Central vendeu a oferta integral de US$ 2 bilhões em um leilão de linha (venda com compromisso de recompra) para rolar o vencimento de 5 de janeiro de 2026. A expectativa é que o BC mantenha o mercado de câmbio mais irrigado até o fim do ano com promoção de rolagens e até oferta de novas linhas.

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