Por Francisco Carlos de Assis
A popularidade do presidente Lula deve continuar a subir neste ano, prevê estudo do Departamento Econômico da Reach Capital. A análise considera os efeitos de dois grandes eventos esperados para 2026 sobre a economia – eleições majoritárias e início do ciclo de corte da taxa básica de juros, a Selic – ambos submetidos a modelos estatísticos.
Para o economista-chefe da Reach Capital, Igor Barenboim, o exercício mostra que, pouco antes de o grosso do dissídio ser percebido no mês de julho, a aprovação presidencial é 10 pontos porcentuais menor. Mesmo com a melhora recente, a popularidade de Lula segue entre 38% (nos institutos mais modernos) e 48% (nos mais tradicionais).
“Esse número deve continuar a subir esse ano. Vamos imaginar que para 50%. Mas levando o efeito estatístico aqui encontrado em conta, em junho, as vésperas da corrida eleitoral, a aprovação de Lula voltará aos 40%. A ciência política internacional tem como fato estabelecido que presidentes que entram no processo eleitoral com mais do que 40% de aprovação tem 75% de chance de se reeleger. Lula estará exatamente nos 40%, logo temos que tomar cuidado em extrapolar tendências aqui”, avalia o economista.
Ele afirma que todos os indicativos apontam para uma eleição presidencial extremamente aberta e indefinida em 2026. Segundo o estudo, o candidato alternativo precisará ser competitivo, e várias condições usuais terão de ocorrer para que o efeito médio se manifeste. Ainda é cedo, alerta, para saber quem vencerá o pleito.
“Podemos afirmar que o Lula, apesar de incumbente, de certo não é o franco favorito. Ao que tudo indica, a decisão será no photochart. Cada decisão, cada escolha, cada movimento será relevante. No Brasil historicamente a volatilidade é a norma na eleição”, diz Barenboim, lembrando que, em três décadas, houve quatro viradas de candidatos.
