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Exclusivo/Marinho: Tarcísio é candidato a perder para Lula E dá ao PT condição de ganhar em SP

11 de setembro de 2025

Por Flávia Said

Um dos mais próximos ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o titular do Trabalho, Luiz Marinho, disse esperar que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) seja candidato a presidente da República em 2026 para permitir uma “dupla vitória” ao PT.

“Eu espero que o Tarcísio tenha coragem de ser candidato a presidente. Sinceramente. Espero que tenha coragem. Acho que estaria cometendo um grande erro, porque é um candidato para perder a eleição para o Lula. E nos dá outra condição, de ganhar São Paulo”, argumentou Marinho em entrevista à Broadcast. Ele ponderou: “Quem quer ser campeão não fica temendo nem escolhendo o adversário”.

A respeito das manifestações feitas por Tarcísio no último domingo, 7 de Setembro, Marinho disse que o governador “se despiu em praça pública””. “Ele vestiu a fantasia real, de conservador”, sustentou o ministro.

Durante manifestação na Avenida Paulista, Tarcísio cobrou que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), paute o projeto da anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, para perdão de penas, sob o argumento de que o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é “viciado”. Na mesma fala, Tarcísio subiu o tom e chamou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de “ditador”.

Governo de São Paulo

Sobre a disputa ao Palácio dos Bandeirantes, Marinho admitiu que Tarcísio pode ser um candidato forte, porque “todo candidato à reeleição é uma candidatura forte”. “Não significa que não possa ser derrotado”, emendou.

Ele indicou que, se Geraldo Alckmin (PSB) continuar na vice do presidente Lula, “sobram” como candidatos pela esquerda em SP os ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e do Empreendedorismo, Márcio França (PSB). “Agora, se tem outra composição para a vaga de vice, nós temos que sentar e escalar o nosso vice-presidente com uma tarefa, o Haddad para outra e o Márcio para outra”, prosseguiu, dizendo que tudo depende da direção que Lula dará.

E elogiou o atual vice: “Eu gosto do Alckmin na Vice-Presidência. Não tem nenhum ‘senão’ em relação a Alckmin continuar, a não ser que tenha uma necessidade”, completou.

No âmbito pessoal, Marinho confirmou que deverá sair candidato a deputado federal no ano que vem, renovando seu atual mandato, que ele não chegou a exercer, pois se licenciou para compor o ministério de Lula.

“Acho que precisa da minha colaboração na chapa”, disse. Isso porque, na visão dele, é necessário “mudar essa correlação no Congresso”, em razão da atual configuração das emendas parlamentares. “O que se fez neste País, terceirizando orçamento para o Congresso, é de um prejuízo incalculável do ponto de vista de poder planejar o orçamento público, a ponto de a gente também ter que ir atrás das emendas para poder salvar o Ministério, é um absurdo. Você não discute mais com o Ministro do Planejamento, você discute com o parlamentar se tem emenda para você ou não”, reclamou.

Em um eventual novo governo de Lula, Marinho disse que sua tarefa é manter o mandato de deputado. “Você não discute ministério, a não ser que o presidente convoque. Eu sou soldado do presidente, se o presidente precisar, eu sou soldado”. E finalizou: “Não vou dizer não para o presidente”.

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