Por Cícero Cotrim e Marianna Gualter
Brasília, 02/10/2025 – O Banco do Brasil está investindo na criação de novos casos de uso do Open Finance, de olho na usabilidade do sistema e nas novas funcionalidades em desenvolvimento. A informação é do head de Open Finance do banco, Filipe Préve, que concedeu entrevista exclusiva à Broadcast na sede da instituição, na capital federal.
Em julho, o BB ultrapassou a marca de R$ 2 bilhões em portabilidade de crédito por meio do Open Finance, com a atração de operações de 57 mil clientes. Ao todo, 3,6 milhões de pessoas já deram o consentimento para compartilhamento dos seus dados com a instituição.
“O próximo é R$ 3 bilhões, e depois de R$ 3 bilhões é R$ 4 bilhões, não tem como não ser. Mas nós estamos mais preocupados em ter mais casos de uso do que em só pegar os que existem e continuar crescendo”, disse Préve. “Até pelo escopo das coisas novas que estão sendo criadas, nós também poderíamos cair no erro de ficar tentando ganhar mais dinheiro com o que já tem, e não ter atenção às novas oportunidades.”
Segundo Préve, a ideia é equilibrar o crescimento das modalidades já disponíveis com novos casos de uso, olhando para novas funcionalidades, como o Pix Automático, o Pix Recorrente e a portabilidade de crédito via Open Finance. Pelo calendário oficial, a portabilidade do crédito pessoal, sem consignação, deve começar em fevereiro de 2026. Hoje, os usos de Open Finance estão espalhados pelo banco.
Recentemente, o BB tem investido na experiência do cliente, com o objetivo de fazer com que os clientes vejam valor no compartilhamento de dados. Uma das iniciativas recentes foi a criação da Central de Negócios Open Finance, uma área do aplicativo que mostra benefícios como o aumento do limite de crédito e alertas de movimentações em contas conectadas a partir do sistema.
Outras ações, menos visíveis, também estão sendo desenvolvidas, como o uso dos dados compartilhados em modelos de risco de crédito e para clientes investidores. A portabilidade de investimentos também está sendo desenvolvida no Open Finance, e deve entrar no ar em 2026.
O banco vê ainda oportunidades na segunda etapa da portabilidade do crédito, que visa o consignado – primeiro do setor privado e, depois, do setor público. De acordo com Préve, a mobilidade das operações é positiva para o BB, que é líder nesse segmento e vê a possibilidade de atrair crédito.
Contato: cicero.cotrim@broadcast.com.br, marianna.gualter@broadcast.com.br
