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22 de dezembro de 2025
Por Maria Regina Silva
O cenário em 2026 será mais complexo em relação a 2025, mas o Ibovespa deve avançar mais no ano que vem muito pela expectativa de queda da Selic, ainda que o período de início do afrouxamento seja incerto. A avaliação é de Matheus Amaral, especialista de renda variável do Inter, em entrevista à Broadcast. Para ele, a perspectiva de novos recuos de juros nos Estados Unidos e o valuation “esticado” de algumas ações de tecnologia em Nova York podem direcionar recursos para mercados emergentes como o Brasil, vistos como oportunidades.
Porém, isso não significa que será um ano sem volatilidade, dado que o quadro doméstico apresenta desafios, especialmente no que diz respeito aos riscos associados ao período eleitoral. Ainda que precocemente, a disputa eleitoral para presidente da República, que começou a influenciar os ativos brasileiros no final deste mês, promete continuar mexendo com os mercados. Consequentemente, este quadro impõe desafios à economia brasileira, estima. Leia abaixo os principais trechos da entrevista:
Broadcast: O tom cauteloso do Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro sepulta a expectativa de queda da Selic em breve?
Amaral: Não, a estimativa do Inter se mantém, com a perspectiva de corte em janeiro. No final do ano houve algumas alterações leves em relação ao Brasil. Independentemente de janeiro ou março, a queda virá e essa expectativa é um fator macro que deve ser o principal benefício que podemos colher em 2026. Então, não muda a nossa expectativa para a Bolsa. Tivemos um ruído no final de dezembro, uma surpresa que mexeu com o Ibovespa, que caiu 4,31% no dia 5 de dezembro. Depois, foram quedas pontuais e moderadas.
Broadcast: Naquela dia, o anúncio da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) mexeu com os ativos brasileiros por colocar em dúvida o ‘trade Tarcísio’, reduzindo apostas de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), possa disputar a eleição de 2026 para presidente. Neste sentido, é possível calcular o quanto o pleito poderá ter impacto nos ativos?
Amaral: É difícil mensurar isso, não tem como saber. Pegamos o ponto dessa percepção, mas não conseguimos medir exatamente. É um trabalho que o mercado vai começar a fazer, o quanto de fato uma candidatura vai avançar. Isso vai começar a ser um pouco mais relevante a partir de 2026, se esse nome vai continuar e se continuar, como será seu desempenho. É uma questão que o mercado ainda não colocou aquele risco todo. Tem de ver como será daqui para frente. Tendo em vista a correção do dia 5 de dezembro, o mercado está voltando para o ritmo que estava.
Broadcast: É possível estimar que o Ibovespa alcançará a marca inédita de 200 mil pontos, como muitos analistas estimam?
Amaral: Tirando ruídos políticos, não é nada absurdo falar de 10 vezes o lucro, o que dá espaço para buscar 170, 180, 190 mil pontos, até os tão sonhados 200 mil pontos. É um nível de precificação justo. O valuation do Ibovespa segue atrativo, negociado em cerca de 9 vezes o lucro projetado. Não chega nem a 10. Ainda está muito barato. Tanto o preço dos alguns valores emergentes, quanto a nossa média histórica. Há muito espaço para a bolsa subir. É só tirarmos os riscos da mesa. É muito ruído, muito perigo político, muita mudança de regra. Isso acaba atrapalhando.
Broadcast: O nome do candidato a presidente do Brasil em 2026 é algo que definirá o comportamento dos ativos?
Amaral: Para o investidor doméstico, a possibilidade de continuidade de uma política mais expansionista é o que preocupa, é o que o afugentou um pouco da Bolsa em 2025. O estrangeiro também olha isso. Muito mais importante do que o nome, é qual será o tamanho do ajuste fiscal que o próximo nome fará. Vemos que o estrangeiro não tem tanto medo do Lula quanto o investidor local tem. É um nome conhecido dele. Sabem um pouco o que esperar. Mas o mercado vai questionar, e vai querer saber qual vai ser o tamanho do ajuste. É óbvio que o nome que venha para a gente ser mais pró-ajuste, o mercado vai gostar muito mais. Ele está mostrando isso na diversificação. Então, acho que vai ser mais isso, o tamanho do ajuste, a discussão desse ajuste que vai ser feito para 2027. 2026 já está dado.
Broadcast: A tendência de ingresso de capital externo deve persistir?
Amaral: A parte macro pode continuar estimulando o investidor estrangeiro, tendo em vista o que vimos no exterior. O investidor está preocupado, discutindo se há ou não uma bolha no setor de inteligência artificial (IA). Mais do que isso, o valor investido o deixa mais receoso. Então, direciona parte da alocação para mercados emergentes, tendo em vista também a expectativa de valorização cambial.
Contato: reginam.silva@estadao.com
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